Os vendavais e as telhas de amianto

Depois dos vendavais e chuvas de granizo, muitos telhados de amianto são destruídos. Quem sofre são as populações mais carentes, que têm de trocar estas telhas velhas.

Em novembro de 2017 o Supremo Tribunal Federal, depois de dezessete anos de discussão, proibiu a extração e a industrialização do amianto crisotila no Brasil.

A proibição existe em 66 países e a ciência médica tem pleno conhecimento, há pelo menos um século, dos efeitos cancerígenos nos pulmões diante da exposição à poeira do amianto.

O manuseio das telhas deve ser feito com equipamentos de segurança para que não se aspire nem se contamine o ambiente com a poeira e o corte do material. Restos das telhas devem ser descartados com todo o cuidado, como é feito nos países civilizados.

Como não se tem um cadastramento de quais telhados estão com telhas de amianto, o risco está sempre presente.

Na Itália, ocorreram milhares de condenações e indenizações e a indústria Eternit foi fechada.

Isso não significa que as telhas no formato chanfrado possuem amianto, mas na hora de manusear um telhado antigo, muitos cuidados e precauções devem ser tomados, especialmente em relação ao uso máscara, para não respirar o pó do amianto.

Nos país que já proibiram o uso, quando se descobre alguma habitação com amianto, a casa deve ser imediatamente interditada e somente empresas especializadas podem retirar o material do local.

As doenças pulmonares podem se manifestar até 40 anos após o uso e da sucção para os pulmões das vítimas, daí a incidência a longo prazo da contaminação. As doenças mais comuns são a Asbestose e o câncer Mesotelioma Maligno.

As indústrias ganharam bilhões de dólares com as vendas de produtos com amianto.

Entretanto, as suas obrigações legais com seus trabalhadores e as indenizações com os milhões de consumidores que se utilizaram das telhas e caixas de água de amianto ainda não foram fixadas pelo poder judiciário brasileiro.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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