Outro queremismo

Jair Bolsonaro nomeou o general Floriano Peixoto para o lugar de Gustavo Bebianno. O presidente ou não conhece a História ou, caso conheça, não se benze dos antecedentes históricos. Floriano Peixoto foi o vice de Deodoro, o primeiro presidente.

Um vice incômodo, enciumado desde antes da proclamação da república. Um vice que deixou Deodoro enforcar-se sozinho enquanto ficava em casa fingindo-se de doente, à espera que a presidência lhe caísse no colo, o que efetivamente aconteceu.

O general Floriano Peixoto veio para abotoar as camisas de força, tanto as do pai quanto as de seus porta-vozes, os filhos que agem como príncipes absolutistas. Se Bolsonaro acreditasse em bruxas, mesmo as inexistentes, faria um descarrego de seu vice, general como os 8 generais que o cercam.

O Floriano de Bolsonaro chama-se Hamilton Mourão – que, como o primeiro Floriano, é melhor que este segundo Deodoro. Em um mês de governo e trapalhadas, Jair Bolsonaro incentiva um queremismo novo, entre tantos que tivemos no Brasil: o ‘queremos Mourão’.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Rogério Distéfano - O Insulto Diário e marcada com a tag , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.