Padrelladas

Bem me lembro. As revistas eróticas da Grafipar, onde meus textos brilhavam pelas mãos dos melhores desenhistas de quadrinhos do Brasil, eram frequentemente incendiadas nas bancas de jornais e revistas de Curitiba. A coisa acontecia na madrugada e me cortem aquilo roxo se os atentados não eram perpetrados pelos mesmos punheteiros que adoravam ler as revistas.

Quando a Censura Oficial do regime militar proibiu a amostragem das capas ao vivo e a cores, imediatamente a Grafipar envolveu as bandidinhas em plástico preto, vedando o acesso desse material subversivo e certamente comunista a meninos freiras e adultos ameninados. Mas, se podia-se fazer (in)justiça com as próprias mãos, pra que obedecer ao édito do Governo? E lá se iam as bancas a arder. Essas coisas são muito perigosas e volta e meia uma bomba pode explodir no colo de um sargento.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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