Padrelladas

Sou do tempo do Melagrião. Vinha a gripe, minha mãe socava agrião até dar caldo e misturava com mel. Uma Cafiaspirina pra acompanhar sempre ajudava. Sou mais antigo que Sadol, Capivarol, essas pajelanças modernas. Sou do tempo do Óleo de Rícino pra prevenir resfriado. Do xarope de guaco com agrião feito pela mãe da gente. No meu tempo, em Palmeira, ficou gripado ia derreter em cima do fogão de lenha.

Sentado numa cadeira posta sob a chapa (os pés da cadeira protegidos por tijolos) e dá-lhe vapor escaldante amolecendo o piá. Esqueci de contar: em baixo do trono fervia uma panela com água, cuja tampa ia sendo retirada de tempos em tempos. Sauna caseira diz-que.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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