Com Aécio e Alckmin na frigideira, PSDB vai a Doria: mas quem é ele?

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

Tucano tem uma peculiaridade. Quando alguém discorda dele, o doutor repete o que acabou de dizer. Afinal, sua sabedoria é tamanha que, se alguém discorda, isso é sinal de que não entendeu.

Mesmo aceitando-se essa superioridade intelectual, a última pesquisa do Datafolha mostrou que chegou a hora de o tucanato entender que Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão na frigideira.

Geraldo Alckmin, o cidadão que por mais tempo ocupou o governo de São Paulo desde os tempos coloniais, foi candidato a presidente em 2006. Sua rejeição pulou de 17% para 28%, enquanto as intenções de voto em seu beneficio caíram de 8% para 6%.Presidente do PSDB, o neto de Tancredo Neves governou Minas Gerais durante oito anos, elegeu seu sucessor, teve 51 milhões de votos na eleição de 2014 e hoje tem 8% das intenções de voto. Em alta, só a sua rejeição (44%), disputando com Lula (45%).

Só a propensão a repetir a proposta quando o interlocutor discorda (no caso, o eleitorado brasileiro) pode explicar que o tucanato ficasse preso na bola de ferro do dilema Aécio-Alckmin.

Atribuir a fritura dos dois às nuvens que a Odebrecht colocou em suas biografias é um exagero. Ambos estão em queda desde dezembro. Os dois foram corroídos pela ferrugem do tucanato e pela radioatividade que Michel Temer transmite aos seus aliados. Os sábios do PSDB também não podem reclamar da plataforma plutófila do presidente, pois ela se parece mais com a alma tucana do que com a esperteza do PMDB.

O instinto de sobrevivência do PSDB arrasta os tucanos para o colo do prefeito paulistano, João Doria. O que ele representa ninguém sabe e, pela sua conduta política, pode vir a representar qualquer coisa. Intitula-se um “gestor”, linda palavra, uma das favoritas de Sérgio Cabral quando assumiu o governo do Rio.

Capaz de encantar um conservadorismo órfão, Doria terá um ano para mostrar serviço. Alguns de seus tiques assustam. Em certos momentos, seu sorriso lembra o de Jack Nicholson na inesquecível cena do museu de Gotham City, quando o “Joker” salva um quadro de Francis Bacon.

Doria oscila entre boas iniciativas e o mundo da lua. Com o Corujão da Saúde, descongestionou a fila de exames médicos da cidade. Acabou com o tratamento de “excelência” nos documentos oficiais e extinguiu a edição em papel do “Diário Oficial”. Quando vai para mundo da lua, aumenta a velocidade permitida em vias expressas ou tenta transformar o Uber num instrumento a serviço de fura-greves.

Joia de sua coroa, o diretor da biblioteca municipal resolveu encrencar com o samba, logo com o samba. O desenho final de seu projeto de privatizações, sobretudo a do autódromo de Interlagos, mostrará se ele tem a cabeça de um Carlos Lacerda, criando o aterro do Flamengo, ou de um Eduardo Paes, tentando entregar a marina da Glória ao empresário Eike Batista.

Há um aspecto triste na ferrugem tucana. O partido de Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso não formou quadros políticos. (Foi uma verdadeira usina de gênios, mas eles foram todos para bem sucedidas carreiras no mercado financeiro). Obcecado pela figura de Lula, o PSDB fez-lhe tamanha oposição que se esqueceu de cuidar da própria identidade.

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Mural da História

1º de fevereiro, 2009

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Elas

Fernanda Lima. © Alê de Souza

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Mural da História

25 de abril, 2009

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Caretiba

Retta Rettamozo, caretiba gaúcho, 2005, no Bazar do ACT. © Beto Bruel, caretiba da Lapa

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Eike pagou dívida de campanha de Haddad, diz mulher de João Santana

Fernando Haddad

A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, afirmou em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral que o empresário Eike Batista quitou, por meio de caixa dois, uma dívida de R$ 5 milhões da campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

A afirmação foi feita no dia 24 ao ministro Herman Benjamin, que colheu depoimento do casal em Salvador no processo que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.

A Folha teve acesso ao depoimento, que ainda está sob sigilo.

De acordo com a transcrição da fala de Mônica Moura, ela afirmou que nunca viu nem conhece Eike, mas que o pagamento foi acertado pelo então tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Haddad foi eleito naquele ano, mas acabou não conseguindo a reeleição em 2016.

A mulher de Santana disse que sempre imaginou que a Odebrecht tinha interesses no governo ao fazer doações oficiais aos candidatos e por meio de caixa dois –que é o dinheiro por fora, não declarado à Justiça Eleitoral–, incluindo superfaturamento de obras.

Mas, no caso de Eike, não soube dizer qual seria a contrapartida pretendida pelo empresário ao quitar a dívida da campanha de Haddad.

“Eu não tinha menor noção de qual tipo de negócio eles poderiam ter que interessasse a ele pagar uma campanha do Haddad. Na verdade, ele nem sabia que estava pagando a campanha do Haddad, ele estava pagando uma dívida do PT.”

Santana foi o responsável pelo marketing das principais campanhas nacionais do PT nos últimos anos, incluindo a de Haddad, que foi a grande aposta do partido em 2012.

Mônica Moura afirmou ainda que o pagamento foi feito pelo braço direito de Eike, Flávio Godinho. E que para mascarar a real finalidade da transação, Santana elaborou para o empresário uma consultoria sobre Venezuela e Angola.

“Essa história é engraçada”, disse Mônica no depoimento. “Esse trabalho existiu, no fim das contas, porque o João fez um trabalho primoroso, modéstia a parte, é meu marido. mas eu posso falar porque é um trabalho primoroso de pesquisa e contextualização de uma empresa que o Eike queria montar na Venezuela, em Angola, ligada a petróleo, emergia e tal.”

Ela afirmou que o estudo do marido teve umas trezentas páginas. “O João tinha muito conhecimento sobre a Venezuela e sobre Angola.”

Eike estava preso em decorrência da Operação Eficiência, um dos desdobramentos da Lava Jato, mas acabou solto na semana passada por ordem do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

OUTRO LADO

A assessoria de Fernando Haddad afirmou, por meio de nota, que João Santana e Mônica Moura nunca cobraram da campanha valores que não estejam declarados à Justiça Eleitoral.

“Como reiterado anteriormente, João Santana e Mônica Moura jamais cobraram da ampanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo qualquer valor além do contrato cujo saldo, ao final da campanha, foi assumido pelo Partido dos Trabalhadores”, diz a nota.

“Quanto ao senhor Eike Batista, nem ele, nem nenhum de seus prepostos jamais entrou em contato com Fernando Haddad, nem com o tesoureiro da sua campanha. O ex-prefeito desconhece completamente quaisquer interesses do empresário na cidade de São Paulo.” Folha de São Paulo

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Pensando bem

O carro para no semáforo, o ciclista se aproxima, maço de margaridas na mão e entrega ao passageiro, a quem dirige algumas palavras. O passageiro recusa o presente; o ciclista prende as flores no limpador de parabrisa, como fazem os chatos que nos empurram doces e folhetos, também nos semáforos. O passageiro xinga o ciclista, arranca as margaridas e as joga na rua. Abre o sinal, carro e passageiro seguem seu destino.

Cena corriqueira, cotidiana, todos, motoristas ou passageiros, passamos por ela praticamente todos os dias, a maioria aceitaria as flores, poucos, pouquíssimos, altercariam com o ciclista, ninguém jogaria fora, na rua – por menos que isso aconteceram mortes no cruzamento. Como ficamos? O passageiro estava num mau dia.

Esse passageiro não era qualquer passageiro, era o prefeito de São Paulo, João Dória. O ciclista não era qualquer ciclista, era ativista do ciclismo. Nesse dia, os ciclistas protestavam contra a morte de ciclistas nas vias marginais da cidade, nas quais o prefeito aumentou o limite de velocidade para automóveis – o que elevou o limite das mortes. As flores vinham com ironia, agradecimento ao prefeito, daí sua contrariedade, recusar e lançar fora as flores.

O saber convencional diz que o político tem que afetar paciência, tolerância de monge budista, aos desaforos do cidadão. É próprio da profissão, quando não do caráter do político – frio, impassível, focado no objetivo, distante, quando não oposto, do interesse do cidadão. Alguns, menos frios, mas igualmente focados etc, etc, recusam o desaforo, como o governador do Paraná que sugeriu a sojicultores o autoempalamento com faixas de protesto.

João Dória não tem a resistência do cangaceiro Renan Calheiros, que não permite que a emoção ou a contrariedade alterem suas feições, sua voz, seu comportamento, mais impassível que Michel Temer, coisa praticamente impossível. Está longe do paradigma de todos, José Sarney, que transformou os percalços da política em elixir da longa vida. Chovem críticas ao comportamento de Dória – a pior, o riquinho mimado, cheio de vontades.

Sejamos tolerantes com o prefeito. Pouco, poucochinho. Demonstro. 1. Por justa que seja a causa dos ciclistas, eles são chatos, de resto como no geral os ativistas de semáforo. 2. O prefeito está embalado na glória de sua esmagadora eleição, primeiro turno. 3. Não é por ser prefeito que deve levar desaforo para a prefeitura. Onde errou? Simples, no jogar as flores na rua. Afinal, não foi ele o prefeito que se vestiu de gari no dia da posse?

Rogério Distéfano

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Pensando bem…

Rita Lobo – Divulgação

O ministro Edson Fachin despachou para o STJ o inquérito sobre “doações indevidas” da Odebrecht ao governador Beto Richa. Protesto! Nada é indevido em se tratando de Beto Richa. Melhor dizendo, tudo lhe é devido.

Sempre a Odebrecht. O governador Geraldo Alckmin, tucano como Beto Richa, teria usado o cunhado para receber R$ 10,5 mi por fora. Nada contra a propina ou o que seja, caixa dois, por exemplo. Tudo contra usar o cunhado, que nem é parente.

Oitenta políticos, incluída a cúpula de câmara e senado, 29 senadores, 42 deputados, os governadores mais em evidência, todos denunciados na Lava Jato. Fazer o quê? Nesse ritmo daqui a pouco não teremos mais em quem votar. Solução, só uma: passar uma borracha nos títulos de eleitor dos brasileiros. E só dar direito de voto ao pessoal que está na cadeia. E por os petroleiros em prisão preventiva para falar nos programas eleitorais.

O morticínio do Carandiru rendeu 111 detentos mortos, havia rios de sangue nos corredores. Os 74 policiais militares foram condenados pelo crime de 1992. Vinte e cinco anos depois o processo é anulado e agora volta a julgamento. No passo da Justiça brasileira podemos prever outros 25 anos. O mesmo acontecerá com os 80 políticos que mamaram nas opíparas tetas da Odebrecht: cinquenta anos de perdão. Ladrão que rouba de ladrão é assim.

Tem o burro e tem o ignorante. O primeiro merece compaixão, porque não tem tem cura. O segundo, não, pois pode ser curado mas insiste em continuar ignorante. Como esse Sean Spicer, secretário de imprensa da Casa Branca, que criticou as armas químicas usadas por Bashar Assad na Síria dizendo que nem Hitler fizera isso. Quando soube das câmaras de gás nazistas, pediu desculpas. Devia mais é pedir demissão.

Quer um momento de beleza e alegria? Sintonize no GNT, canal a cabo, programa de Rita Lobo sobre culinária. Moça linda, Rita conduz o programa de forma relaxada, natural, voz e sorriso convidativos como a comida que produz. Além de produtora e apresentadora do programa, Rita é autora de best seller e dona de restaurante. Na beleza, presença em cena e talento bate a maioria das atrizes de novela – excetuada sempre Débora Falabella. Rita leva nosso sorriso no sorriso dela.  

Rogério Distéfano

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Vem aí o sexto livro de contos de Marcio Renato dos Santos

Hoje acontece o lançamento de Outras dezessete noites, o sexto livro de contos de Marcio Renato dos Santos. O evento tem início às 19h30 na Livrarias Curitiba do Shopping Estação com um bate-papo com o autor mediado pela fotógrafa Ale Moretti e pelo jornalista Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo. Em seguida, sessão de autógrafos. Publicado pela Tulipas Negras, Outras dezessete noites tem 124 páginas e custa R$ 40. A entrada é franca.

A obra traz 17 narrativas contemporâneas inéditas nas quais aparecem questões como envelhecimento, difamação, nonsense do cotidiano, amor, disputa pelo poder, miséria e vingança. Notadamente, há presença de mulheres nas narrativas, apresentadas e discutidas a partir do olhar de personagens masculinos e femininos.

“A voz que prevalece nos textos, de Outras dezessete noites, é aquela de incisiva crítica da cena contemporânea”, explica Luci Collin, poeta, ficcionista e professora da UFPR. Luci, que assina o texto de apresentação, afirma que o livro do contista curitibano estimula o leitor ao flagrante de raras emoções. “Esses contos-situações-limite nos colocam frente a frente com nossas fragilidades”, comenta Luci.

As narrativas, de acordo com Marcio Renato dos Santos, dialogam com o Livro das mil e uma noites, uma vez que Outras dezessete noite traz contos interligados, mas as 17 ficções também estabelecem pontos de contato com uma série de contos de autores como Jorge Luis Borges, Murilo Rubião, Júlio Cortázar, Anton Tchekhov, Julio Ramón Ribeyro, Machado de Assis, Antonio Carlos Viana, Sergio Faraco e Luci Collin.

O contista curitibano acrescenta que, além de literatura, Outras dezessete noites traz referências, nem sempre perceptíveis, mas presentes mesmo nas entrelinhas, de poesia, rock and roll, cinema, artes visuais, redes sociais e televisão.

“Este livro faz parte de uma obra em progresso que começou a ser publicada em 2010, mas que venho pensando, escrevendo e reescrevendo faz tempo”, diz o autor dos livros de contos Minda-au (Record, 2010), Golegolegolegolegah! (Travessa dos Editores, 2013), 2,99 (Tulipas Negras, 2014), Mais laiquis (Tulipas Negras, 2015) e Finalmente hoje (Tulipas Negras, 2016).

Serviço: Lançamento de Outras dezessete noites, livro de contos de Marcio Renato dos Santos. Dia 12 de abril (quarta-feira), a partir das 19h30, na Livrarias Curitiba do Shopping Estação (Av. Sete de Setembro, 2.775 — no centro da capital paranaense). Bate-papo com o autor mediado pela fotógrafa Ale Moretti e pelo jornalista Reinaldo Bessa (Gazeta do Povo), seguido de sessão de autógrafos. Publicado pela Tulipas Negras, o livro tem 124 páginas e custa R$ 40. Entrada franca

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Soy loco por Teresina!

SONY DSCMariza Nunes de Carvalho.  © Kenard Kruel

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Interrogatório de Lula tem tudo para ser espetáculo e ele arma o cenário

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

Na sexta-feira, 3 de maio, Lula e o juiz Sergio Moro terão seu primeiro encontro. “Nosso Guia” (título que lhe foi conferido pelo então chanceler Celso Amorim) será interrogado na condição de réu, acusado de ter recebido dois mimos da empreiteira OAS. Um foi a “entrega” de um apartamento reformado em Guarujá. Outro, o custeio do armazenamento de bens de sua propriedade. Tudo somado, o Ministério Público acusa Lula de ter sido beneficiado com cerca de R$ 3,7 milhões (nada a ver com o “Amigo” do caderninho da Odebrecht).

Ele nega ter recebido esses favores e diz que está “ansioso” por esse depoimento, “porque é a primeira oportunidade que eu vou ter de poder saber qual é a prova que eles têm contra mim.”

Há um mês, Lula depôs espetacularmente na 10ª Vara Federal de Brasília, no processo que investiga a tentativa de compra do silêncio de um ex-diretor da Petrobras. Transformou a audiência de 50 minutos num comício. O juiz ajudou-o com perguntas genéricas e ele passou nove minutos falando bem de si e de seu governo. Intitulou-se “o mais importante presidente da história deste país”, fundador do “partido que fez a maior política de combate à corrupção da história deste país”. Quando foi convidado a falar “um pouquinho” do Instituto Lula, fechou o depoimento com uma catilinária de 12 minutos, durante os quais contou uma piada velha (a do sujeito que discursa quando a luz da geladeira se acende) e deu pelo menos 15 tapas e socos na mesa.

Disse duas vezes que não nomeou diretores para a Petrobras, pois essa é uma tarefa do conselho de administração da empresa. Fica combinado assim.

O PT está convocando suas bases para uma manifestação em Curitiba na hora do depoimento de Lula. Numa trapaça do tempo, no dia 3 de maio completam-se 50 anos da apresentação do filme “Terra em Transe,” de Glauber Rocha no festival de Cannes. (A obra do cineasta baiano só fora liberada porque seria apresentada na mostra.) Milhares de pessoas na rua, Lula num palanque como réu e o juiz Moro com sua camisa preta seriam cenas à espera de um Glauber.

Lula já maltratou Moro, mas ultimamente vem alisando seu pelo. A boa etiqueta judicial determina que todas as perguntas e respostas de um interrogatório tenham relação com o processo, mas um réu como Lula pode argumentar que sua fala faz parte da estratégia da defesa.

Daí a contar que passou quatro dias na fazenda de seu amigo José Carlos Bumlai sem conseguir pescar um só peixe vai distância enorme. Moro e os advogados de defesa de Lula já tiveram grandes bate-bocas, sempre com um lado querendo calar o outro.

O juiz tem autoridade para cortar a palavra ou corrigir a conduta do depoente. Num episódio inesquecível ocorrido no século passado, o magistrado José Frederico Marques cortou o cigarro do governador Adhemar de Barros: “Réu não fuma”. E Adhemar não fumou.

Moro poderá embargar a divulgação do vídeo por algumas horas. Terá mais trabalho se quiser impedir a gravação de um áudio clandestino. Nesse caso, não poderá reclamar caso ele vá ao ar, pois foi um mestre na divulgação imprópria de um telefonema de Dilma Rousseff a Lula.

O suspense do espetáculo de Curitiba dependerá do equilíbrio entre a vontade de Lula de falar e a de Moro de ouvir.

Pela primeira vez desde o início da Lava Jato, Lula poderá sequestrar o espetáculo.

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Mural da História

fim-do-mundo2

21 de dezembro, 2011.

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Enquanto isso, em Brasília…

República dos Bananas

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Pensando bem…

Pesquisadores de Minas Gerais descobriram que o veneno da aranha armadeira poderá ser usado na elaboração de remédio para a impotência. A picada dessa aranha causa priapismo – daí o nome armadeira? Problema causado pela aranha será resolvido com a aranha.

O ministro Gilmar Mendes negou habeas corpus para Eike Batista. Será que o ministro mudou depois da temporada em Cambridge, EUA, a mesma em que estiveram Dilma e Sérgio Moro?

Marcelo Odebrecht deu depoimento ao juiz Sérgio Moro. Disse que entregou R$ 13 mi para Lula. Calúnia. O ex-presidente não iria se sujar por tão muito. Ou não.

O relator da reforma trabalhista na câmara dos deputados propõe eliminar 100 artigos da CLT.  Já não era sem tempo. Agora, decepar uns 200 artigos da Constituição ninguém propõe. É que a CLT é ruim para os empresários e a Constituição é excelente para os deputados.

Marilena Chauí, a filosofa petista, deu palestra na Reitoria, ontem. Tanta gente para ouvir a padroeira do PT lembrava a romaria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Tudo questão de fé.

O Brasil tem coisas notáveisuma delas o eufemismo. Como esse tal ponto facultativo de quinta-feira próxima. Ponto é fácil; é o registro de presença, assinado ou clicado em cartão. Por que facultativo? Porque o funcionário pode assinar como pode não assinar o ponto, bater ou não bater o ponto, ou seja, vem para a repartição se quiser, não terá desconto nem problema disciplinar. Isso em tese, porque a síntese é outra.

Acontece que em dia de ponto facultativo a repartição nem abre e o funcionário já se programou para dormir até mais tarde ou já está na praia, emendando o ponto com a vírgula, no caso o feriado que sempre vem junto. Então por que o ponto é facultativo? Porque é feriado disfarçado, uma vez que os feriados, nos quais não tem ponto e é obrigatório não trabalhar, estão todos relacionados na lei. Isso é Brasil.

Rogério Distéfano

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