Falta uma – Araquém Alcântara, 65, é o que se chama ‘fotógrafo da natureza’. Sua especialidade, as onças brasileiras, apanhadas no hábitat, em ação. Fotos lindas, estão no Uol. Alguém precisa avisar Araquém que seu álbum está incompleto, pois falta a mais irada de todas as onças brasileiras: Rafael Valdomiro Greca de Macedo.

Renuncie, então – O príncipe Harry, neto da rainha, filho e irmão dos futuros reis da Inglaterra, diz que na família Windsor ninguém tem vontade de ser rei ou rainha. Então podia sugerir aos desinteressados que desistissem dos títulos, dos palácios, dos serviços e das pensões do Estado. O moço parece político brasileiro, para quem o mandato é um peso que justifica as mordomias. Duvido que se não fosse príncipe estaria namorando Megan Markle, a estrela da série Suits.

Aqui, não – O ministro Gilmar Mendes está à beira do ataque de nervos. Ontem teve um piti na sessão do STF em que se decidiu manter Édson Fachin relator do caso JBS: Gilmar discutiu com o colega Luís Roberto Barroso, levantou-se e foi ao gabinete, retornando após o intervalo. Discordar fora dos autos, em entrevistas, é fácil. Lá dentro é que são elas.

Amadores – A delegacia de furtos e roubos de cargas bateu na churrascaria do Pinheirinho e prendeu a quadrilha – na realidade uma tredrilha, pois eram três elementos – que roubou e distribuiu quatro toneladas de carnes. É o mau exemplo da Friboi, desta vez com amadores.

Defina, por favor – Lula declara que irá “às últimas consequências” para provar sua inocência nos processos da Lava Jato. É a segunda vez na semana que a expressão surge por aqui, a primeira pelo deputado Ney Leprevost. Será que esse povo alcança o ponto a que podem chegar nas “últimas consequências”? Não, claro que não, é apenas o gosto brasileiro pelo bombástico.

Tiro ao Álvaro – Nessa quadra triste e trágica da política brasileira, instalada no fervo brasiliense, eu me volto ao centro geográfico do país e pergunto, “cadê Álvaro Dias”? Ele, sabem, o senador que a gente esqueceu de quantas vezes elegeu, ele, que em tempos amenos adora dar pitacos sobre o que acontece em Brasília. Qual o quê, nessas horas o senador é que nem cachorro em dia de tormenta: corre para se esconder debaixo da casa. Não é defeito, também corro. Mas também não fui eleito para ser valente. Álvaro, sim.

Os mineiros, aquele pessoal da Andrea Neves, dizem que o esperto acaba comido pela própria esperteza. Não é o caso de Álvaro, que só finge ser esperto. Ele não é esperto, é prudente, quem o conhece sabe disso. Mas o resultado acaba o mesmo: Álvaro ainda será comido pela prudência. Logo ele, bacharel em História, pós-graduada em impostação vocal. Faltou as aulas sobre a Revolução Francesa, no ponto sobre Jean-Paul Marat, que fez da audácia sua filosofia de ação política. É isso, Álvaro não tem audácia.

Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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