Selfie para Michel

Michel Temer quer selfies dos deputados do PMDB na votação sobre a acusação da PGR. Ele sabe, foi presidente do sindicato. Será que os deputados aceitarão fotos íntimas?

Bom começo

A Lava Jato prendeu o maior empresário de transporte coletivo do Rio. Não fosse a justiça antes do futuro STF, seria justiça poética: lava jato, ônibus. Prender empresário de ônibus é como aquela do tsunami que matou mil advogados: um bom começo.

O passaporte de Rodrigo

O brasileiro, tanto o honesto quanto o desô, sofre com a falta de passaporte, verba cortada por Nosferatu para punir a PF e Rodrigo Rocha Loures fura a fila e consegue a tornozeleira eletrônica, também sem verba. Aí tem pistolão do conde Drácula para o passaporte do menino da mala.

Irmão de quinto grau

Funcionava assim, segundo Ricardo Saud, diretor da Friboi: a empresa vendia para os supermercados e estes repassavam o pagamento direto para os políticos, em espécie; para segurança, usava-se veículos blindados. Entre eles, segundo o executivo, estariam os novos-velhos suspeitos, Aécio Neves e Eduardo Cunha.  Ah, sim, como na reportagem da Folha de S. Paulo, “um irmão do governador Beto Richa”.

Para não excluir outro estado do Sul maravilha e apático, também Raimundo Colombo, o governador de Santa Catarina. Deus é testemunha da tentação de dizer aqui que o sistema da Friboi foi um achado, o ovo de Colombo da propina. Pronto, já disse, reconheço que o chiste é fraco, mas sempre tem gente nova que não conhece, o destino das velhas piadas. Como é mesmo, o que seriam das velhas piadas sem os recém nascidos?

O que enche meu saco e me faz quase explodir de raiva é esse lance de volta e meia jogar os parentes do governador Beto Richa no epicentro de maracutaias estaduais, e agora também federais. Beto está cansado de explicar, estou de prova, um dia ainda recebo procuração para defende-lo – ou ‘delegação de poderes’, como se diz na minha área. Votei nele, entre o assustado e o pré arrependido, mas aqui fecho com Beto.

Tenho afinidades eletivas – não eleitorais, atenção – com Beto Richa; gostamos de carrões fortes e mulheres fracas. Também e acima de tudo nossos parentes são todos distantes. Não falo de carros porque ele anda de Jaguar e eu de Monza, o forte que pude pagar. Não trato de mulheres porque cavalheiros as enterram fundo no coração. Agora nisso de parentes somos iguais. Tanto os dele quanto os meus são distantes, a gente pouco se vê, nunca se fala.

Então, isso de dizer que a Friboi entregava dinheiro a “um irmão do governador Beto Richa” é um baita facão. E de caminhão, ainda por cima. Ora, gente, Beto Richa está seco e arreganhado de afirmar e provar que seus parentes são distantes. Lembram o caso do primo, o tal Luiz Abi Antoun, tão distante que nunca apareceu no Iguaçu. Irmãos, Beto tem, é claro, que o velho Richa comparecia em casa. Mas são parentes distantes, irmãos de quinto grau.

Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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