pessoinhas

© Myskiciewicz

como é difícil saber de gente hipócrita de moral podre achando que todos os outros devem seguir essa mesma moral, uma moralzinha de merda, umas cabecinhas de alfinete, uma coisa tão deprimente que não dá nem pra sentir raiva. pena é o que sinto, uma pena enorme misturada com uma azia de saber que essas pessoas estão aí criando filhos e perpetuando esses pensamentinhos, criando gente pra viver em uma prisão moral, a mesma prisão em que viveram a vida inteira temendo sei lá o que. temendo o dedo na cara da sociedade? temendo um deus? temendo o que? do que vocês têm medo, pessoinhas, por que vivem assim se incomodando tanto com a vida alheia, com o útero alheio, com a buceta alheia, com o cu alheio, com o tamanho da bunda ou da barriga alheia, com o casamento alheio, com a vida alheia inteira? imagino que tristes essas vidas de quem se diverte tão pouco que precisa tentar acuar os outros, essas vidas de quem vive tão sufocado que odeia quem respira fundo, ó pessoinhas, parem e olhem para suas vidinhas, o que é que vocês acham que ganham sendo assim? isso lhes faz mal, pessoinhas, querer domar a vida alheia, isso nunca vai dar certo, isso já era, isso já foi e não será mais. vocês não mandam em mim, vocês não mandam em ninguém, vocês não vão mais cagar regra na vida dos outros. não vão. já chega disso. vocês não vão ganhar, não vão ganhar, não vão ganhar essa e mais nenhuma. o mundo não pertence a quem anda pra trás.

clarah averbuck

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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