Pirro & burro

Na segunda, 24, Bolsonaro promove e participa do evento “Brasil vencendo o covid-19“. Como até lá estaremos em 115 mil mortes – na média de 1 mortes ao dia -, o evento tem a força da relatividade do léxico da política, que é mais forte no regime bolsonárico: o Brasil vence a covid, pois poderiam ser 2 mil mortes por dia.

Ou seja, os 1 mil que poderiam estar mortos, essa diferença entre o real e o potencial, significa vitória para Bolsonaro. É o mundo da fantasia, na qual Jair Bolsonaro embala este país imbecilizado.

Se relativizar a verdade é a tendência do ser humano ao auto-engano, o evento deixa em aberto a escancarada mentira: o que Bolsonaro fez para evitar ou reduzir (e comemorar) a média de 1 mil mortos diários? Os romanos foram vencidos pelo rei Pirro, cuja vitória custou mais caro e cobrou mais vidas mais que a derrota do inimigo.

Bolsonaro comemora sua vitória pírrica, para ele até vantajosa, pois não perdeu combatentes em seu exército. Uma vitória que tira a atenção geral para sua inépcia criminosa como governante.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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