Presidência da República faz insinuações com sentido sexual a uma menina de apenas 10 anos

Nesta terça-feira temos uma informação que acaba de vez com a argumentação fraudulenta do bolsonarismo sobre o novo coronavírus, nas mentiras construídas por uma máquina política que age a partir do Palácio do Planalto para montar uma narrativa própria, estúpida e irresponsável, desde que o vírus chegou ao Brasil. Covid-19 já é a maior causa de mortes no Brasil registrada em um único ano. Nada matou tantos brasileiros quanto o vírus. A notícia é do UOL, que comparou as mortes causadas pelo vírus com outras taxas importantes de mortalidade no Brasil.

O site informa que “as mortes causadas pela Covid-19 em apenas seis meses já correspondem a mais que o dobro do recorde histórico de homicídios, ocorrido em 2017, quando foram mortas 62 mil pessoas de forma violenta. Já os acidentes de trânsito tiveram seu maior número em 2012, com 46 mil vítimas”.

Quando ainda dava para contar as mortes pela Covid-19 nos dedos das mãos, esse pessoal que subiu ao poder fazendo com elas o gesto de matar a tiros gostava de comparar a letalidade do vírus, usando números de homicídios e acidente de trânsito na tentativa de minimizar o problema. A primeira morte brasileira pela doença ocorreu em 12 de março.

O presidente Jair Bolsonaro garantia então que o número de mortos pela Covid-19 não passaria de 800. Especialistas mostravam dados que alertavam para danos muito mais graves. O próprio ministro Luiz Henrique Mandetta avisava que não iria “ser um passeio”. Foi demitido por Bolsonaro. Já estamos com 132 mil mortes.

Nos primeiros dias da pandemia no Brasil para alimentar sua rede criminosa de desinformação o bolsonarismo apelava até para comparações com mortes por engasgamento com sanduíches nos Estados Unidos. Era um vale-tudo direitista para convencer a população e autoridades a não se preocuparem com a propagação do vírus. Cabe lembrar que a Covid-19 já assolava a Europa, causando milhares de mortes em países com muito mais estrutura social e capacidade econômica que o Brasil, no maior desastre daquele continente deste a Segunda Guerra Mundial.

Imaginem como estaríamos agora se governadores e prefeitos seguissem as recomendações desse presidente inviável e incorrigível que está atolando o Brasil nos piores entraves de sua história. Aquela história de que era preciso acabar com a saúva senão ela acabava com o Brasil era fichinha perto do que Bolsonaro vem fazendo. Ele é a pior praga que já apareceu neste país.

Este mesmo mês de março em que Bolsonaro afirmava que as mortes não passariam de 800 era tido também como o pico da epidemia no Brasil pelo deputado Osmar Terra, que foi ministro da Cidadania. O deputado, que é médico, sempre foi contra medidas de prevenção como a quarentena. Chegou a ser cotado para o Ministério da Saúde, mas acabou sendo preterido, ninguém sabe exatamente por qual motivo.

Era com esse tipo de especialista que Bolsonaro se informava sobre uma doença que já havia demonstrado seu potencial destrutivo em países europeus, depois de obrigar a China a fechar regiões com milhões de habitantes. Foi no mês de abril que Terra enviou um áudio para o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, dizendo que deviam “comemorar”. Para ele, a pandemia estava “desabando” no Brasil. Naquele mês, as mortes estavam em 1.335.

Na mensagem, o deputado bolsonarista ainda chamou as medidas de isolamento social de “exageradas”, afirmando que elas não levavam a “resultado nenhum”. Terra recebeu um apelido que muda seu sobrenome para “Trevas”. É como estaríamos na atualidade se a receita aplicada à pandemia fosse a dele e de Bolsonaro.

Este presidente inviável está até hoje receitando cloroquina, que já tem mais que comprovada sua total falta de eficácia contra a Covid-19. Nas outras necessidades, seu governo sempre falha. É ele também que ainda afirma, como fez no mês passado, “não ter visto no mundo” quem enfrentou melhor a pandemia de Covid-19 do que o governo dele. E cabe apontar também, para um melhor diagnóstico da nossa desgraça, que este é o mesmo sujeito que em uma live oficial da Presidência da República faz insinuações com sentido sexual a uma menina de apenas 10 anos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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