Punhaladas no planeta

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

DAVA PENA ver nesta manhã, aqui na rua Fernando Amaro, os dois prédios residenciais com as garagens completamente alagadas, a água podendo chegar à altura da capota dos carros. Podendo chegar porque não é a primeira nem a segunda vez que acontece.

Crônica prevista e anunciada, os moradores tiraram seus carros quando a tempestade começou. Hoje estavam lá os serviços de sucção da água e de limpeza das garagens. Jogar a culpa no prefeito por causa dos bueiros e canais de escoamento entupidos?

Não, muito fácil, escapismo. Tem a nossa e decisiva responsabilidade. São as bitucas de cigarro, as garrafas e sacolas plásticas, papeis em geral, até os saquinhos de cocô de cachorro lançados na rua. A rua, para os brasileiros, é terra de ninguém.

Vem a chuva forte, com ela a enxurrada, e o escoamento não suporta. O antropólogo Claude Lévy-Strauss, que entendia do homem e da sociedade, nos avisou faz tempo que “o mundo começou sem o homem e acabará sem ele”.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Rogério Distéfano - O Insulto Diário, Sem categoria e marcada com a tag , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.