Rabino Alpern

São empreendedores da fé como ele que constroem a humanidade

No dia 11 de novembro, na Hebraica, meu rabino, o grande rabino Alpern, realiza o leilão de arte do ano. Ele reuniu um inacreditável acervo de obras da mais alta qualidade com a curadoria de Pedro Mastrobuono, que vão a leilão com um delta para o lindo Projeto Felicidade do meu querido rabino.

Por meio desse projeto, ele traz crianças que tem câncer a São Paulo e lhes proporciona uma semana de imensa alegria, uma semana memorável.

Para uma criança que vive esse desafio da vida, esse momento lúdico de felicidade tem consequências maravilhosas de alegria e de esperança.

O rabino Alpern é baixinho, americano, fofo. E lá vai ele pedindo dinheiro para as suas obras assistenciais. Eu adoro que ele pede mesmo. E eu me lembro de Irmã Dulce, que pedia mesmo.

Deus diz na Bíblia: Do que adianta a fé sem obras?

O grande líder espírita da Bahia e do Brasil Divaldo Franco é um grande empreendedor. O empresário Henrique Prata, do Hospital do Amor de Barretos, é um grande empreendedor. É essa fé empreendedora de rabinos, de freiras, de pastores, de irmãs, de monges budistas (e também de empresários e empresárias de fé) que constrói a humanidade. E é por isso que esta Folha organiza o prêmio de empreendedorismo social.

A Universidade Harvard foi fundada por pastores protestantes e hoje ela é o templo mundial do conhecimento.

Estou tentando que a Harvard Business School faça um case de empreendedorismo da fé sobre essa rabina chamada Irmã Dulce.

Jesus, Maria, José e a Sagrada Família eram todos judeus. Deus é um só. Ele tem nomes diferentes, mas Ele é a fé inquebrantável que move homens e mulheres a fazerem coisas divinas. São seres incansáveis como esse rabino, que me mostra a sua sinagoga feliz e que me convoca a ajudá-lo, a ajudar as suas crianças.

São homens e mulheres que removem montanhas. Uma fé que faz coisas gigantes. Ela fez o Hospital Sírio-Libanês, fez o Hospital Albert Einstein. E pelo mundo inteiro fez creches, conventos, hospícios, sanatórios, orfanatos…

Quando disse que Irmã Dulce era empreendedora, houve desconforto em setores conservadores que acham que esses assuntos não são da religião e que religiosos são pessoas quase desocupadas que ficam soltando pombas.

Mas santos trabalham e muito. Olha como o Martin Luther King trabalhava ou o que o Dalai Lama realiza.
O amor bate ponto, o amor é operário. O amor trabalha, dia e noite.

E trabalha entusiasmado, apesar de ser mal pago e tantas vezes operar nas piores condições do mundo.
Um dia um milionário americano disse a uma freira que cuidava de leprosos no Oriente: “Irmã, eu não faria o que a senhora faz por dinheiro nenhum do mundo”. E a freira replicou: “Eu também não, meu filho”.

Rabino Alpern, são empreendedores da fé como o senhor que constroem a humanidade. Como diz o dito popular: mente desocupada é a morada do diabo.

E desse mal o senhor não sofre. Porque diariamente almas obreiras e santas como a sua correm atrás de recursos para ajudar pessoas necessitadas, vivendo angustiadas a cada fim de mês com os custos da obra divina.

A cada fim de mês o amor precisa trabalhar em dobro porque o amor não é desocupado. Ele precisa multiplicar os pães porque tem milhares de bocas para alimentar e milhares de almas para confortar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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