Liturgia e simonia – Uma coisa ninguém pode negar, principalmente os petistas: Michel Temer tentou manter a liturgia do cargo”. Se fez como José Sarney, autor da expressão, e os cardeais da Igreja, que atrás da liturgia praticavam simonia é outra conversa.

Porque quando há simonia, a liturgia mantém as aparências e o povo, sossegado. Simonia, para poupar a visita ao Google, é o comércio de coisas sagradas, como a venda de perdão e absolvições que a Igreja fazia antes de Lutero. Agora com os herdeiros de Lutero só teremos liturgia.

The same old story – Ainda sou advogado, louco para deixar de ser e só não faço por causa de outros advogados que não sabem aritmética básica, português nível Bolsonaro e Direito elementar, gente que bloqueia minha aposentadoria. Portanto, terei que votar na eleição da OAB, agora com oposição de esquerda, coisa nova na OAB do Paraná.

Tenho mais amigos na oposição que na situação. Fui oposição nos idos de 1978 – e perdi, porque a chapa já mandava na OAB há uns trinta anos naquela época. A maioria dos companheiros de chapa migrou para a XI de Agosto na eleição seguinte. Portanto, hoje são pelo menos 80 anos de domínio da XI de Agosto.

Mas como advogado é conservador, gosto da XI de Agosto porque ela renova a cada cinco eleições, com filhos e colegas de escritório dos conselheiros que saem. Hoje, no entanto, meu coração periclita com o lance da festa que a XI de Agosto teria apoiado para captar votos de advogados recém inscritos.

Não compro a fake news oposicionista de que os atuais gestores da OAB teriam bancado a festa com dinheiro da instituição. Se há um defeito que a OAB não tem é o de usar dinheiro da classe em proveito dos conselheiros. Por isso não entendo a resistência da OAB nacional em prestar contas ao TCU.

Porém não aprovei a festa em boate com música brega e os meninos serem obrigados a pagar a bebida, considerando que eleição da OAB só tem candidato rico. Aforante isso, a situação da OAB tem formidável poder de cooptação. Daqui a dois anos um terço dos hoje oposicionistas estará na XI de Agosto.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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