Justiça poética

O governador Ratinho Júnior quer acabar com a aposentadoria dos governadores. Medida salutar: governador não fica inválido quando deixa o cargo, sempre disputa outro mandato ou ganha cargo vitalício com ademanes de magistrado; não sai velhinho e inútil do governo.

Ratinho pode fazer isso, é rico de berço, muito rico, riquíssimo. Tão rico que diante de governadores que enriquecem no cargo e acabam na prisão preventiva, parece que é governador por hobby ou caridade. A proposta pode ser demagógica, mas é justa. Contudo, carrega dose de maldade.

Maldade com o ex-governador Roberto Requião, que terá de viver das aposentadorias de senador e advogado. E justiça, ainda que poética, pela língua de Requião, que, candidato ao governo pela primeira vez, criou um escândalo falso em cima da aposentadoria do ex-governador José Richa.

Sem o apoio de Richa, o ingrato Requião não seria eleito prefeito de Curitiba, no que deslanchou a carreira política. Hoje aposentado como governador, foi oportunista e malicioso ao condenar a aposentadoria de Richa e ignorar a de outros governadores, um deles com um mês na função.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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