Entre a água e o fogo – O empresário me vem com a lenga-lenga do “se o PT voltar vou embora do Brasil”. Pergunto, pra onde? EUA, claro, nem precisava perguntar. Perde com Bolsonaro aqui e vai atrás do Bolsonaro de lá. Isso se partir, como ameaçavam os ricos e remediados quando Lula venceu. Alguns até se mandaram do Brasil, mas voltaram correndo, os motivos nem interessam.

Não voto em ninguém, décadas de eleitor e nenhum eleito satisfez.

Mas mil vezes de PT que uma de Bolsonaro. Se o PT mandasse Gleisi e Dilma embora até seria de votar no partido. Como elas preenchem a cota de irracionalidade, pensei ir embora no futuro governo petista. Para São João do Triunfo. Foi quando lembrei que o PT sentou praça na prefeitura. Fico em Ponta Grossa. Melhor morrer na água que no fogo. (Saverio Marrone)

A trama e o presunto – Beto Richa tem informação sobre cinema. Ou o cara que lhe assopra ao ouvido é cinéfilo. Seja como for, os dois resgatam o Sleuth, filme de 1972, direção de Joseph L. Mankiewicz. Elenco estelar: Laurence Olivier e Michael Caine. Recebeu indicações ao Oscar e foi premiado em festivais europeus.  O que tem a ver com Beto Richa?

Primeiro, o que não tem a ver – ou sim: trama de suspense, e nosso ex-governador e presunto* senador vive situação de suspense. Segundo, o nome do filme no Brasil, aquela técnica que só aqui e em Portugal é adotada: “Trama diabólica”, exato como Beto Richa define seu imbróglio na Operação Piloto, que investiga uma nota de rodapé de seu governo.

A propósito, a trama do filme em nada se parece com a trama de que o ex-governador se diz vítima. E o presunto* acima usado nada mais representa que o resgate de um perdido particípio do verbo presumir. Nada mais perto das intenções do Insulto que usar o vocábulo na forma vulgar do substantivo.

Salve-se quem puder – Entrevistado pelo jornalista Augusto Nunes, Jair Bolsonaro desenvolve sua segunda teoria da conspiração. A primeira foi aquela de que haverá fraude nas urnas eletrônicas. Na segunda, de hoje, Adélio Bispo, seu agressor, não teria agido sozinho: o atentado ao candidato foi planejado. Bolsonaro não informa de quem suspeita.

Isso fica para depois. Não é só a teoria de conspiração que choca. Assustador, mais que ela, o linguajar do candidato, que engendra o fake news contrário, pois já houve outro, do lado oposto, de que Bolsonaro teria planejado o atentado para subir nas pesquisas. Dias piores virão. Se esse é o presidente que nos espera, salve-se quem puder.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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