Sem kama-sutra, a cama surta

Suposição – Filósofos penetram a alma um do outro com excitantes hipóteses, até gozarem de tédio.
Pressuposição – Assexuados se unem fazendo de conta que uns são ativos e outros, passivos.
Deposição – Conspiradores, inimigos de qualquer regime, derrubam e montam no Poder, se revezando no ato.
Indisposição – Hipocondríacos enfiam seus rígidos queixumes nos seus lubrificados tímpanos.
Composição – Professores primários se curvam diante de seus baixos proventos enquanto a realidade os possui por cima.
Reposição – Funcionários públicos pedem ao Governo que faça o que quiser com eles mas o Poder faz só um pequeno percentual do que desejam.
Imposição – Patrões sobem em empregados sem vínculo empregatício, que abrem as pernas diante de expedientes avantajados.
Disposição – Otimistas e pessimistas enrabam a Esperança, num ménage à trois sado-masoquista…
Preposição – Gramáticos e linguistas praticam sexo oral, mantendo a língua ereta durante a pronúncia de frases impronunciáveis
Justaposição – Contorcionistas se encaixam e assim ficam, coladinhos, enquanto aguardam por deliciosos espasmos musculares.
Contraposição – Adversários e antagonistas discutem qual o melhor lado da cama, enquanto a noite passa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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