Sessão da meia-noite no Bacacheri

Cruzando a fronteira entre a realidade e a ficção, esta é a história da escritora e poeta brasileira Cora Coralina, uma mulher que trabalhou como doceira durante quase toda sua vida, apenas publicando seu primeiro livro aos 75 anos de idade. No entanto, nem mesmo todos os anos de espera a impediram de se tornar uma das autoras brasileiras mais importantes de sua geração.

É um alívio perceber que a porta de entrada do filme para a vida de Cora Coralina é a poesia. Parece uma escolha óbvia, mas não é: o diretor Renato Barbieri poderia se ater à imagem da escritora, à reconstituição idêntica aos fatos históricos, à vida de Cora como mãe, esposa, cozinheira etc. Entretanto, pela estética lúdica e pela leitura múltipla dos textos, percebe-se que a personagem é valorizada, acima de tudo, por sua produção artística. Cora Coralina é interpretada por diversas atrizes, que fazem menos um trabalho clássico de atuação do que uma evocação livre da escritora goiana. Ao invés de se preocuparem com a imitação, elas fornecem pontos de apoio para o espectador situar a poetisa no bairro onde morava, na casa em que cozinhava seus doces, na paisagem específica da ponte da Lapa. A aparência de Cora importa pouco: o principal é sua experiência de vida refletida nos textos…. Bruno Carmello

Renato Barbieri, 2018|Documentário, biografia|Fênix Filmes, Brasil.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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