Silvio Redinger

desenho-de-rediAlguém que sempre amou a vida, com múltiplos talentos e total desprendimento. Assim o cartunista Redi (Sílvio Redinger) foi definido por amigos como Chico Caruso e sua mulher, Eliane, o cantor e compositor Paulinho da Viola, a jornalista Diléa Frate, e os cartunistas Nani e Millôr Fernandes. O cartunista carioca, de 64 anos, que morreu vítima de um infarto em 14 de fevereiro de 2004, foi enterrado no Cemitério Israelita, de Vilar dos Teles.

Segundo Luiz Redinger, irmão do cartunista, muitas histórias contadas amenizaram a tristeza da despedida. Uma delas foi relatada por Chico Caruso, que falou sobre a faceta musical do colega, que, morando em Nova York, sempre que podia participava dos shows humorísticos dos irmãos Caruso.

— Era um grande reforço com seu tamborim — disse Chico.— Redi fazia tudo com prazer e humor. No filme “Isso é problema seu”, fez o papel de um investidor que sai do prédio da Bolsa de Valores e sofre um ataque cardíaco. Acaba cuidando de seu próprio enterro, desce à sepultura batucando no caixão e pedindo:“Garçom, me dá uma cerveja que vou beber até viver!”.

Contemporâneo de Redi e co-diretor do curta, o também cartunistaNani completou:
— Filmamos em 1974 e Redi era um ótimo ator, mesmo não tendo prosseguido. Ele tinha um humor sofisticado, mas também era muito popular. E Caruso acrescentou:
— Sabe a história da pessoa certa na hora e no momento certos? Redi nunca seguiu isso, era o antioportunista, não pedia nada a ninguém, mesmo com amigos importantes.

Radicado nos EUA desde os anos 80, Redi trabalhou no “New York Times”, assinando as duas únicas charges publicadas na capa do jornal desde a sua fundação. Redi conseguiu seugreen card graças a uma carta do jornal americano, como lembrou seu irmão.

— Nessa carta, que foi lida no enterro por minha cunhada, eles diziam que seria muito difícil achar um americano com tantas qualidades como as daquele brasileiro — contou o irmão. — Redi tinha particularidades que faziam dele alguém muito especial.

Era ambidestro, mas escrevia com a direita e desenhava com a esquerda.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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