Sonetear é impreciso

Não faço mais sonetos, falta motivação
Inicio um verso, logo paro, deixo de lado
Vou fazer outra coisa, sem musa, o fogão
Me chama, ponho estrofes no refogado

Que pena tal inércia, ausência de astúcia
O teclado assemelha esteira ergométrica
Abandonada, ideias flácidas, translúcida
Apatia, cadê a verve digital, epidérmica?

Lá fora praia cheia, avesso dum quitinete
desleio livros, plantas desregadas, ânimo
nulo, saudade dum poema feito a letraset

Vinte e oito faxinas e há pouco era abril
Tedio, preguiça, mutismo, é tudo sinônimo
Não escrevi, divaguei, e o soneto não saiu!

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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