Quanto mais eu caminho, mais aprendo sobre a interdependência. Aprendizado que hoje ressoa como uma gota que caiu no copo cheio d’água e transbordou na sutil beleza da fluidez da vida. Fazer ao outro o que se gostaria que se fizesse a nós mesmos. Uma rede invisível de compaixão. Uma sabedoria que elimina o fantasma da projeção.

O outro é apenas o outro. Sem discriminação, sem comparação, sem distanciamentos ou aproximações que nos trazem dor e sofrimento. Aprender a trocar as urgências da alma e dar passagem ao que urge: a vida. Dançar na roda da vida e fazer da ferida uma irmã sábia. Aceitar e honrar. Libertar e sintonizar as batidas do coração. Ventos de inspiração que me levam ao paraíso. Inebriada que fico aos pés do abismo. Sorriso fecundo da conclusão. Final feliz de uma aprendiz da magia dos instantes.

Vida que ilumina e sintetiza o adeus em Deuses do alvorecer. Pura sintonia de lembranças do entardecer na retina enluarada.Verdade maior. Liberdade que corrói. A sorte de uma pequenina libélula ao nascer. Feminina e fleumática. Prática na astúcia da razão. Pura sobriedade alada. A madrugada a me chamar. E, eu, a me embriagar.

Não sou uma. Sou duas primaveras na matéria da insensatez. Ao erguer o ritmo contínuo do mar na poesia a se transmutar, voo ao encontro do saudar. O sol, na hora do deitar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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