Tiririca filosofando para Bolsonaro melhor que Olavo de Carvalho

Finalmente Jair Bolsonaro arrumou um filósofo à altura do que ele precisa. Que Olavo de Carvalho, qual nada. O pensador é o deputado Tiririca, que em entrevista à Folha de S. Paulo expôs sua visão política, falando da sua experiência como parlamentar. Ele aproveitou para dar conselhos a Bolsonaro sobre a articulação com os parlamentares e o aprimoramento da governabilidade.

Vejam uma explicação sua sobre o funcionamento da relação entre Legislativo e Executivo: “Aprovar projeto não depende de mim, depende do toma lá dá cá, que não é negócio de dinheiro, é: tu apoia o meu projeto que eu apoio o teu, é assim que funciona aqui”.

E tem também uma sugestão para Bolsonaro evitar dissabores no futuro: “Tá faltando a galera pra chegar e dizer: ‘Irmão, senta aqui. Cara, tu não é deputado. É o país, irmão. Assim não vai. É assim, assim e assim…’ Se ele não sair do pedestal ele vai ser o pior governo que já tivemos em todos os tempos”.

Sentiram a hermenêutica? Sem querer desmerecer Olavo de Carvalho, com o quase literal pontapé inicial que deu a este governo, na contribuição valorosa com seus palavrões, os xingamentos e toda aquela violenta  espinafração, não se pode negar que o desbocado professor vem fracassando na resolução plena das questões de governo.

Numa rápida entrevista de jornal, Tiririca mostrou que pode ser um guru mais apropriado para Bolsonaro. Sua filosofia é muito mais raiz, como se diz hoje em dia. Claro que ele não chegou ainda a um sistema filosófico. Mas tudo tem seu tempo.

Em poucas palavras ele demonstrou que pode chegar ao conteúdo que permita a implantação de sólidos conceitos para o governo deslanchar. Como pensador, Tiririca pode desenvolver com muito mais eficiência a doutrina política bolsonarista que até agora Olavo não teve capacidade de criar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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