Todo dia é dia

Você pode me irritar
quanto quiser,
meu amor.
Pode dizer que eu sou
isso e aquilo, que eu não sei
o que quero,
despreze meu beijo,
recuse meu presente,
passe a garra afiada
da sua raiva na pele fina
das minhas emoções.
Fico puto, sim,
com as palavras ásperas
que a sua boca
se esforça
para pronunciar.
Sei que elas foram inventadas
para me ferir,
mas sei também que nelas
não está o seu coração.
Assim como o seu olhar,
ele não mente.
Toda vez que bate,
simplesmente
mostra o que sente.

Paulo Vitola

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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