O Diabo, como é sabido,
muito bem apadrinhado
foi nomeado em comissão,
Ad aeternum,
no cargo de eminência parda.

Na repartição do anjo da guarda
seu paletó está sempre no cabide
e nas cabeças vazias é sua oficina.
Ele é o mal necessário, não duvide,
goza há milênios de licença-prêmio
e acumula quinquênios de funcionário.

O Tinhoso, como bom estatutário,
manja tudo de direito adquirido
e, segundo seu advogado,
para o funcionamento da burocracia divina
o Diabo pode até ser odiado,
mas, que inferno!,
nunca será demitido.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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