Um presidente fora do razoável

Paulo Guedes falou neste domingo sobre a decisão de Jair Bolsonaro de mandar a Petrobras suspender a alta de diesel nas refinarias. O ministro da Economia, que ainda está em Washington, disse que “é evidente que aparentemente já houve um efeito ruim”.

Bem, “aparentemente” a Petrobras teve de imediato uma perda de 32 bilhões, além da intervenção do presidente ter quebrado a imagem de independência da empresa, estabelecida — vejam só — por Michel Temer, que havia eliminado a má-fama deixada pela ingerência no governo de Dilma Rousseff. E também “aparentemente” ficou claríssima a dificuldade de tocar um programa de ajuste nas contas, com Bolsonaro com o poder de dar a última palavra.

Mas achei bem significativa a explicação de Guedes sobre a utilidade de um episódio como este para afinar o relacionamento entre os dois. O ministro disse que é possível “consertar” se Bolsonaro “fizer alguma coisa que não seja muito razoável”.

Mas é mesmo sui generis este governo. Não me lembro de nenhuma vez ter visto um ministro falando desse jeito de um presidente, como estivesse se referindo a um adolescente não muito bom da cabeça. Acho até que isso é inédito mundialmente. Mas é bastante parecido com a opinião de boa parte dos brasileiros sobre esse sujeito que caiu na Presidência da República de uma forma inesperada até para ele.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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