Vacina contra político eleitoreiro

Quem acredita em “vacina do Doria” ou “vacina do Bolsonaro” precisa abrir os  olhos. Vacina não tem candidato, é candidato que tem vacina. Vacina boa é a que funciona e ponto final.

A última delas, no campo da Covid-19, foi produzida por Jair Bolsonaro. Como disse o Mario Sabino ontem, “depois que o Ministério da Saúde anunciou que comprará 46 milhões de doses da vacina da Sinovac, que serão produzidas pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que a vacina não será comprada pelo governo. Em seguida, no Facebook, ele postou: “A vacina chinesa de João Doria: Para o meu governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada para a população, deverá SER COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE E CERTIFICADA PELA ANVISA. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina.”

O que isso quer dizer? Que, passada o teatro eleitoreiro, o governo vai acabar comprando a vacina, com ou sem Eduardo Pazzuelo como ministro da Saúde.

Bolsonaro está jogando outra vez para a franja radical da turma dele nas redes sociais. A pegadinha é o pedaço em maiúscula.

Obviamente, a ‘vacina chinesa de João Doria’ terá de ser aprovada pela Anvisa, antes de ser aplicada na população, ninguém jamais disse o contrário.

Assim como a ‘vacina de Bolsonaro’, produzida pelo AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, também terá de passar pelo crivo da agência de vigilância sanitária.

Ambas estão em fase de testes e, portanto, não foram oficialmente aprovadas nem pelos fabricantes. Ou seja, Bolsonaro também comprou vacina ainda sem comprovação científica (e, lembre-se, distribui e recomenda cloroquina, remédio sem eficácia contra a Covid-19, como se fosse o ‘médico do Brasil’).”

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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