Weintraub se aproveita da pandemia para adotar mais uma medida antidemocrática na Educação

O governo deixou claro mais uma vez seu caráter autoritário. O presidente Jair Bolsonaro editou uma Medida Provisória que permite que o ministro da Educação escolha reitores temporários nas Universidades durante a pandemia. A medida da Presidência da República e do ministro Abraham Weintraub é arbitrária. Desde o primeiro dia no poder eles conspiram contra a autonomia universitária e a democracia na gestão de órgãos públicos de universidades e institutos federais.  

É difícil realizar um processo eleitoral, como estabelece a lei, em meio à pandemia. Mas reitores e ex-reitores me explicam que há alternativas. A regra prevê debates, campanhas e votos de toda a comunidade acadêmica: professores, alunos e funcionários. Nesse momento, fica complicado realizar um processo complexo como esse. Mas ao invés da indicação de um reitor biônico, o cargo pode ser ocupado nesse período pelos vice-reitores. Eles foram eleitos depois dos reitores e podem assumir.

 Outra opção é nomear um reitor pro-tempore, sim, mas não de forma autocrática, pelo presidente da República. A comunidade acadêmica pode ser consultada de forma online. São saídas democráticas. Mas o ministro Weintraub está aproveitando a pandemia para impor mais uma das suas medidas autoritárias.

Desde seu começo no governo, Weintraub ataca as universidades federais, chamou de antro e balbúrdia, fez acusações que não conseguiu provar. Ele sempre fez isso em relação à autonomia e à gestão das universidades. A lista das polêmicas de Weintraub não cabe em um texto como esse. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, ele em nenhum momento falou sobre os problemas da educação. O ministro se omite. O Conselho Nacional de Educação já teve que suprir essas omissões de Weintraub. Ele se aproveita da pandemia para mais uma medida antidemocrática na Educação. Miriam Leitão|O Globo

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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