Weintraub, um ministro que parece que fugiu da escola

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, já virou uma piada com seus erros de português e confusões que demonstram uma certa deficiência intelectual. Entre várias mancadas graves, ele já escreveu a palavra incitaria com “s”, que virou “insitaria” em uma mensagem no Twitter. Também já se equivocou de um modo ridículo, referindo-se ao escritor Franz Kafka como “cafta”, nome de um prato árabe.

O mais engraçado é que os erros ocorreram exatamente quando Weintraub estava se achando muito esperto, querendo dar uma lacradinha. O ministro acredita que é um bom comunicador, capaz de encarar embates com adversários políticos usando a linguagem de humor. Não passa de um mal educado. Como não tem autocrítica, tornou-se um animado colecionador de gafes. Na semana passada ele teve uma grotesca participação na polêmica entre o governo Bolsonaro e Emmanuel Macron. No Twitter, o trapalhão chamou o presidente francês de “calhorda oportunista”.

Pois nesta sexta-feira o ministro aprontou mais uma de suas trapalhadas gramaticais. Ele enviou um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, com erros risíveis de português. Falando sobre as verbas previstas para a Educação em 2020, Weintraub escreveu duas vezes a palavra “paralisação” com a letra “z”. O ministro também escreveu “suspenção” em vez de “suspensão”.

As gafes seriam lamentáveis para qualquer ministério, mas na sua pasta isso é de doer. O ministro que não se ofenda, mas ele me parece um tanto ágrafo para um educador. E os erros crassos chamam ainda mais a atenção porque o padrinho de Weintraub é Olavo de Carvalho, que fez fama como crítico feroz do ensino brasileiro, dirigindo críticas agressivas especialmente às universidades públicas, segundo ele tomadas por professores comunistas, responsáveis pela péssima formação dos estudantes.

A falência da educação brasileira é uma dessas conspirações internacionais, uma trama diabólica do gramscismo, como costuma dizer Olavo, que chama seus desafetos o tempo todo de “analfabetos funcionais”. Seria interessante saber em qual categoria do analfabetismo ele encaixa um ministro que erra desse jeito a grafia de palavras.

Nessa mesma linha, com agressividade e falta de elegância idênticas, já faz um certo tempo que Weintraub imita o mestre que o indicou para o ministério. Ele manda o pau nas críticas às universidades, destratando professores e estudantes, especialmente os de esquerda, apontados como responsáveis pelo baixo nível de qualidade do ensino.

Claro que suas críticas ficam bastante comprometidas quando ele comete erros crassos que seria inaceitáveis mesmo em um aluno do ensino médio. Caso o professor de um bom colégio recebesse o ofício enviado ao ministro Paulo Guedes, com certeza os pais de Weintraub seriam aconselhados a colocar o filhão em muitas aulas de reforço de português.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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