Os caras de pau

O presidente Michel Temer, essa coisa indescritível, sancionou ontem o reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), calculado por eles e aprovado pelo Congresso Nacional. Imediatamente o ministro Luiz Fux saiu de cima e implodiu a liminar que aprovou e tinha concedido a excrescência do auxílio-moradia para os magistrados há mais de quatro anos.

A cara de pau com que fizeram tudo isso, enquanto o país reza para que o próximo governo pelo menos não afunde mais o país no pântano em que está metido há muito tempo, é a prova de que é muito difícil ter confiança quando quem deveria fazer justiça pensa só no umbigo, no bolso e se acha pairando sobre os demais mortais – estes que pagam a conta e respeitam as chamadas instituições – mesmo porque, se bobearem, levam mais pancada na orelha.

Calcula-se que vai chegar a R$ 4 bilhões a conta dessa farra absurda, porque neste hospício chamado Brasil existe o tal efeito cascata, onde os beneficiados são aqueles que já naquele topo da pirâmide e com emprego capilés garantidos até ir para o beleléu. A sorte é que, ao contrário do que prevê a letra daquela música, aqui o morro não desce para cobrar a conta que paga desde o descobrimento.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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