Zé da Silva

Me apresentaram um balaio e eu saltei de banda feito Zé Trindade. Prefiro ser do balacobaco, como Araci de Almeida, abençoada por Noel e apaixonada pelo Rei, de Curitiba, goleiro, galã, mito – e não minto. Tenho conversa de botequim porque tomo água. Quando derrubava todas o meu mundo se resumia a um meio-fio, boca de bueiro, cabeça enterrada na privada – e nada da dor sair com o vômito. Não entro em balaio porque sempre tem mais gente.

E todos são o ó do borogodó, assim como cariocas conversando na praia com aquele chiado que se traduz em ser o melhor do mundo até em tirar com palito de fósforo afiado a carne entre os dentes. Apresento um bolero e quem acaba dançando sou eu, mas se ele for cantado por Roberto Luna ou Nana Caymmi… que coisa mais linda. Eita que veio uma paródia que diz “de balaio em balaio você está arrumando um jeito de brigar”. É comigo mesmo – e faço isso porque fui já entrei, morri e fui cuspido de muitos desde que botei o cabeção pra fora de mamãe e senti do drama.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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