Zé da Silva

Olhei a conta do cartão de crédito e lembrei de filme pornô. O que tem a ver com as calças? Outro dia escreveram um bilhete anônimo dizendo que não honro as minhas. As contas, sim. Mas… as calças?

Fui olhar uma das duas que tenho. Na etiqueta tem um Oi. Lembrei do conhecido que um dia viu a moça da bunda esparramada na cadeira – e disse que a grife da que ela usava era oi como vai tudo bem. Minha cueca está rasgada. Não foi presente da namorada. Silvio Santos veio há dois séculos e continua aí. Domingo legal. Segunda pago a conta. Pornô. Um dia li Adelaide Carraro. Procurei mais. Encontrei um livro de anatomia escondido em casa. Fiquei doidão. Só muito mais tarde vi os peitos de uma tia atravessando o espaço de uma janela aberta. O que está acontecendo comigo? Com ela, a tia, eu sei. Tem quase cem anos. Mais viva e bem humorada do que eu.

Ficou viúva e disse que não está na pista. Eu nunca decolei. Me recomendaram ver Oh! Rebuceteio, um clássico do cinema brasileiro. Tentarei, mas só se conseguir dinheiro zerar o cartão.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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