Um trecho apenas, a rigor um parágrafo de um dos “Sermões”, escritos (e proferidos), no Brasil e em Portugal, ao longo de 1638 a 1695, pelo Imperador da Língua, padre Antônio Vieira (1608-1697) :
“O pó futuro, o pó em que nos havemos de converter, vêem-nos os olhos; o presente, o pó que somos, nem os olhos o vêem, nem o entendimento o alcança. Que me diga a Igreja que hei de ser pó:
In pulverem reverteris, não é necessário fé nem entendimento para crer. Naquelas sepulturas, ou abertas ou cerradas, o estão vendo os olhos. Que dizem aquelas letras? Que cobrem aquelas pedras? As letras dizem pó, e tudo o que ali há é o nada que havemos de ser: tudo pó.”
Wilson Bueno.