“Que noite maravilhosa!”
“Esta
(aponta para a moça)
que era ontem, é
essa?”
Disseram na calçada
“cor —
passou pelos pneus
reio”.
A cidade desatarrachou de súbito.
Um bêbado se arrastou para os chapéus.
Os anúncios boquiabriram-se de susto.
Cuspiam
ora um “O”
ora um “S”.
Mas na montanha,
onde chorava o escuro
e a cidade
timidamente se entornou,
era como se houvesse
um flácido “O”
e um vil submisso “S”.

Maiakóvski, 1913
Tradução de Augusto de Campos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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