Foto de Lucilia Guimarães.
Eu vi primeiro
De vez em quando alguém
abria os olhos e espiava a noite
despencando sobre as
cabeças das crianças negras, sobre o telhado
dos casebres brancos.
De vez em quando alguém chorava
tanto que a noite encolhia envolta de si
mesma. E uma lesma deslizava
lisa sobre a epiderme de uma
folha crespa. A vespa verde, brilhando
as asas, varejeiras em torno das feridas,
zumbiam tanto que partiam
taças e vidros das ermidas.
Foi aí que, sem aviso prévio, ela
surgiu de um azul vestida sob o nevoeiro.
E a esperança estendeu-se no
terreiro se espalhando
sobre co corpo inteiro.
De vez em quando alguém fechava os
olhos e gritava: É Deus, eu
vi primeiro.
De vez em quando alguém
abria os olhos e espiava a noite
despencando sobre as
cabeças das crianças negras, sobre o telhado
dos casebres brancos.
De vez em quando alguém chorava
tanto que a noite encolhia envolta de si
mesma. E uma lesma deslizava
lisa sobre a epiderme de uma
folha crespa. A vespa verde, brilhando
as asas, varejeiras em torno das feridas,
zumbiam tanto que partiam
taças e vidros das ermidas.
Foi aí que, sem aviso prévio, ela
surgiu de um azul vestida sob o nevoeiro.
E a esperança estendeu-se no
terreiro se espalhando
sobre co corpo inteiro.
De vez em quando alguém fechava os
olhos e gritava: É Deus, eu
vi primeiro.
Reynaldo Jardim, JB [17/6/2006]