(Depois do Murphy, do Millôr e de mim
mesmo)

Quanto mais absorvente é um filme, mais
chances haverá de um celular tocar durante
a sessão. Se o filme for do nosso maior interesse,
o celular tocará mais perto da gente.

Se achamos que os nossos filhos andam

em má companhia, provavelmente os pais
dos amigos dos nossos filhos acham
a mesma coisa.

Numa casa cheia de adolescentes,
a louça suja empilha na pia na razão direta
do cansaço da mãe ao chegar tarde
do trabalho.

O desemprego de um chefe de família
tende a se estender de acordo
com a fertilidade da sua mulher.

A proibição prolongada para uma filha
não fazer tatuagens ou piercings será o fator
mais decisivo para ela vir a namorar
o tatuador.

Muita coisa que é nociva às crianças na tv
passaria despercebida se os pais
não as alarmassem tanto diante da coisa.

Casais jovens não conseguem
romper relacionamentos
Enquanto uma gravidez não acontece.

A pirataria de CDs passa temporadas
sem ser ameaçada, até que você topa
o convite de um cunhado para um

negocinho aí.

Mais cedo ou mais tarde,
os assaltantes mais nervosos e os assaltados
mais reativos se cruzam.

Todo carro relutantemente emprestado
ao filho tem no porta-luvas um seguro
vencido no dia anterior.

O game que os pais compram de surpresa
para um filho é sempre uma ou duas gerações
atrasadas e do gênero que ele menos gosta.

Etc.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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