Ao deixar a Escola Nacional de Arquitetura, onde fora participar da abertura dos cursos da Universidade do Brasil, Castelo Branco é vaiado por cerca de 150 estudantes. Acompanhavam o general presidente o ministro da Educação, Raimundo Moniz Aragão; o ministro da Fazenda, Octávio Gouvêa de Bulhões; os ministros das Casas Civil e Militar, Luís Viana Filho e Ernesto Geisel; e o embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, entre outras autoridades.
Terminada a aula inaugural do professor Iberê Gilson, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, que abriu a solenidade, a maioria dos estudantes presentes deixou o recinto. Quando Castelo Branco tomou a palavra, o espaço antes ocupado pelos universitários estava praticamente vazio. Ao deixar o prédio, o presidente parou por alguns instantes no saguão para ouvir reivindicações de estudantes. Quando atravessava a porta principal da escola acompanhado de sua comitiva, o murmúrio surdo que começou entre os universitários se transformou em vaia. O general abaixou a cabeça e deixou o local a passos rápidos.
Foram presos imediatamente no local pela Polícia do Exército (PE) os estudantes Nei Couto Marinho (4º ano de medicina), Mauro Fernando Campos (5º ano de engenharia), Sérgio Medeiros (2º ano de engenharia), Milton Castro Filho (1º ano de direito) e Nacif Elias Haid Sobrinho (aluno de filosofia). Conduzidos ao quartel da PE, seriam libertados no final da tarde e novamente presos pelo Dops. Três deles seriam soltos depois de algumas horas. Nacif e Milton foram mantidos incomunicáveis porque assumiram a responsabilidade pela manifestação. Todos sofreram processo disciplinar e foram condenados a penas de suspensão.