“Tia Ciata e a pequena África no Rio de Janeiro”,
escrito pelo Roberto Moura. Ilust.de Iara Teixeira.

(…) a mais famosa de todas as baianas, a mais influente, foi Hilária Batista de Almeida, Tia Ciata, relembrada em todos os relatos de surgimento do samba carioca e dos ranchos, onde seu nome aparece gravado Siata, Ciata ou Assiata. (…)

Em 1876, com 22 anos, chega ao Rio de Janeiro, (…), sua mudança para a casa na Visconde de Itaúna simboliza a passagem do desfile de todo “Pequeno Carnaval”, o grande Carnaval de gente pequena, para a praça Onze. (….) Ciata de Oxum – orixá que expressa a própria essência da mulher, patrona da sensualidade e da gravidez, protetora das crianças que ainda não falam, deusa das águas doces, da beleza e da riqueza.

Na vida no santo e no trabalho, Ciata era festeira, não deixava de comemorar as festas dos orixás em sua casa da Praça Onze, quando, depois da cerimônia religiosa, frequentemente antecedida pela missa cristã assistida na igreja, se armava o pagode. Nas danças dos orixás aprendera a mostrar o rítmo do corpo e, como relembra sua contemporânea, dona Carmem, “levava meia hora fazendo o miudinho na roda” . Partideira, cantava com autoridade, respondendo os refrões nas festas que se desdobravam por dias, alguns participantes saindo para o trabalho e voltando, Ciata cuidando para que as panelas fossem sempre requentadas, para que o samba nunca morresse. (…)

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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