© Lina Faria
Grande Soldat, na foto da Lina, com o Mercer seguido pelo Dante, magro como éramos todos – menos ele, Mercer – à frente segue aquela banda curitibana até pouco tempo atrás mantida pela Fundação Cultural, cujo nome o Alz me faz esquecer. Não eram os músicos que tocaram no baile.
Para o bate-coxa foram contratados outros, compondo orquestra montada especialmente pelo maestro Genésio – não o da mulher do vizinho.O problema é que o organizador-mor da festa, Valério Fabris, convocou, durante meses, uma reunião por semana para discutir a formação da orquestra. O maestro compareceu às primeiras, depois desistiu, ao se dar conta de que as exigências cresciam na proporção do nível etílico dos organizadores. Em uma das reuniões, Valério resolveu que o naipe de metais estava aquém do necessário. Queria mais um sax tenor, um bombardino, clarinetes, clarins, sei lá quantos instrumentos mais.
O Maestro enlouqueceu. A verba que tínhamos dado a ele já estava esgotada. E agora apareciam todos aqueles instrumentos não previstos. Resolveu me telefonar no dia seguinte, considerando aquilo desnecessário, fora de propósito, do orçamento. Pedi a ele que dissesse ao Valério que tudo estava conforme as determinações. “Maestro”, eu disse, “não esqueça que estas excentricidades só aparecem depois de umas doses. No baile ninguém vai lembrar disso”. “Pois é exatamente o que me preocupa. Quando a orquestra tocar o primeiro acorde, cada um de vocês já terá bebido uma tuba de whisky”. Ernani Buchmann|março, 2007