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Philippe Honoré tinha 73 anos, conhecido como Honoré. Era seu o último cartoon que o Charlie Hebdo partilhou na sua conta de Twitter antes do ataque dos homens armados à redacção do jornal satírico. Era o menos conhecido dos cinco desenhadores de imprensa vitimados e foi encontrado com vida, mas a gravidade dos seus ferimentos acabou por causar a sua morte. Um “artista imenso”, como titula a revista Paris Match, que trabalhou com o Le Monde, o Libération, a revista Les Inrockuptibles ou o Hara Kiri que viria a dar lugar ao Charlie Hebdo. Autodidacta, publicou pela primeira vez aos 16 anos, sendo seus os traços a preto e branco que criavam ambientes sombrios e dichotes como aquele com que se despediu: o líder do autoproclamado Estado Islâmico, o iraquiano Abu Baqr al-Baghdadi, e a sua mensagem de ano novo em que deseja “especialmente muita saúde”. Um “enraivecido, mas um enraivecido muito polido e doce” nas palavras do desenhador Plantu. Estava no Charlie desde 1992 e o seu maior prazer era “provocar prazer intelectual nas pessoas que procuram soluções”. “E um prazer visual, porque tento ao máximo realizar uma verdadeira imagem que viva por si só, sem texto.”