Ovo faz mal ao fígado

Rir é o melhor remédio, governador Roberto Requião. Com todo o respeito ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, a escolinha de governo de hoje devia ser dedicada aos advogados. O desembargador federal Edgard Lippmann Júnior, por certo um magistrado bem-humorado, iria desopilar o fígado com alguns chistes. Dizem os especialistas, de maus fígados só ficam aqueles que são servidos de ovos fritos no azeite de oliva, com a clara crocante e a gema mole.

O promotor público chamou sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada.

— Dona Genoveva, a senhora me conhece?

— Claro que eu o conheço, Carlinhos: eu o conheci bebê. E, francamente, você me decepcionou. Você mente, trai sua mulher, manipula as pessoas, acha que é influente e respeitado, quando na realidade você é apenas um coitado. Ah, se eu o conheço!

O promotor nem acreditou. Ficou mudo, olhando para o juiz e para o júri.

Sem saber o que fazer, ele apontou para o advogado de defesa e perguntou à velhinha:

— E o advogado de defesa, a senhora o conhece?

A velhinha respondeu imediatamente:

O Robertinho? É claro que eu o conheço. Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Maricota, sua mãe. Ele também me decepcionou.
É preguiçoso, biscateiro, alcoólatra, falso e conseguiu perder quase todos os seus processos!

Naquele momento, o juiz chamou
os dois advogados perto dele. Se debruçou e falou baixinho aos dois:

— Se algum de vocês perguntar a essa mulher se ela me conhece, eu mando prendê-los por desacato!

****
Com problemas nos motores do avião, o piloto pediu às comissárias de bordo que preparassem os passageiros para a aterrissagem forçada. Em seguida, ele chamou uma atendente na cabine para saber se tudo estava bem.
Ela respondeu:

— Todos estão preparados, com cinto de segurança e na posição adequada. Menos um advogado que está entregando o seu cartão aos passageiros.

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O sujeito chegou esbaforido no escritório de advocacia:

— Quero falar com meu advogado!

A secretária respondeu:

— Seu advogado morreu!

No dia seguinte o sujeito voltou:

— Quero falar com meu advogado!

— Já falei que seu advogado morreu! – respondeu a secretária.

No outro dia, a cena se repetiu e a secretária perdeu a paciência:

— Quantas vezes vou ter que dizer pro senhor que seu advogado morreu?

— Desculpe o transtorno, mas é que eu adoro ouvir isso!

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O filho, advogado recém-formado, chegou todo sorridente para contar a novidade para o pai, advogado titular do escritório:

— Papai! Em um dia, resolvi aquele processo em que você esteve trabalhando por dez anos!

O pai aplicou um safanão na orelha do filho e berrou:

— Idiota! Este processo é que nos sustentou nos últimos dez anos.

****

No dia da audiência, o acusado fez uma proposta ao seu advogado:

— Vamos combinar o seguinte! Se eu pegar cinco anos, lhe pago mil reais, se eu pegar três anos lhe pago dois mil e se eu pegar somente um ano lhe dou cinco mil, topas?

— Combinado!

No dia seguinte o advogado voltou a visitar o seu cliente na prisão.

— Eu lhe consegui um ano. Portanto, você me deve cinco mil! E olhe que tivemos sorte: eles queriam absolvê-lo!

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E para ninguém dizer que a imprensa canalha foi esquecida, sabe quantos jornalistas são precisos para trocar uma lâmpada? Um para apurar os fatos e dois para distorcer.

Dante Mendonça [22/01/2008] O Estado do Paraná.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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