O pai da Mãe Coragem

Bertolt Brecht. Foto sem crédito.

Mãe Coragem e Seus Filhos (Mutter Courage und ihre Kinder) é uma peça escrita em 1939 pelo poeta e dramatista alemão Bertolt Brecht (1898 – 1956) com contribuição significativa de sua amante na época, Margarete Steffin. Ela também foi filmada.

Ela é uma das nove peças que ele escreveu na tentativa de conter o avanço do Fascismo e do Nazismo. Seguindo os princípios brechtianos de drama político, a peça não está situada em sua época, mas sim na Guerra dos Trinta Anos of 1618-1648. Ela retrata o destino de Anna Fierling, apelidada de “Mãe Coragem”, uma mascate que segue o Exército Sueco e está determinada em viver da guerra. Durante o curso da peça, ela perde todos os seus filhos, Queijinho, Eilif e Katrin para a mesma guerra que a fez lucrar.

A peça é um exemplo dos conceitos brechtianos de Teatro épico e de Distanciamento – Estranhamento (O nome original em alemão é Verfremdungseffekt que significa tanto “efeito de distanciamento” quanto “tornar algo estranho”. A intenção de Brecht era separar o público das situações familiares e das relações de empatia para que eles pudessem pensá-las objetivamente). Verfremdungseffekt é conseguida através do uso de avisos sobre os enredos das cenas antes delas começarem, justaposição, mudanças de papéis e de figurinos entre os atores e o uso de diferentes formas de narrativas, de peças simples e de cenários. Por exemplo, uma única árvore pode representar uma floresta inteira e o cenário recebe uma forte luz branca para representar tanto uma noite de inverno quanto um dia de verão. Várias músicas também são usadas para causar esses efeitos na peça.

A história da peça é contada em 12 anos representados em 12 cenas curtas. Não há tempo na peça para desenvolver sentimentalismos ou empatia por nenhum dos personagens, nem mesmo pela personagem-título. Ainda, Mãe Coragem não é retratada como uma personagem nobre (como faziam os gregos, que, em suas tragédias, colocavam os personagens principais como heróis acima da humanidade), pois o conceito brechtiano de distanciamento não permite. Entretanto, certos críticos apontam um certo “heroísmo grego” na personagem Katrin.

Brecht e Steffin escreveram essa peça em 5 meses e está entre suas peças mais famosas. Seu trabalho tenta mostrar o horror da guerra e a idéia que a virtude não é conseguida em “tempos difíceis” como mostra os filhos de Mãe Coragem. Eles usaram a estrutura épica para passar tal mensagem de modo que o público pensasse sobre tais questões sem se emocionar. As peças épicas de Brecht formar um estilo totalmente distinto de peças teatrais.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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