O blog da Márcia

Desempregado crônico e cronicamente na mira da ditadura militar que me impedia empregos regulares, era obrigado a apelar para o que desse e viesse. E dele, do colunismo, sempre veio algum.

De assim – como diria o saudoso escritor João Antônio, irmão de carências e pingências -, fui “ghost-writer” de mais de um colunista da alta sociedade. Com os caraminguás aí auferidos arrancava o leite das crianças.

No Paraná, tenho uma dívida de gratidão pelo igualmente saudoso Dino Almeida. E não só eu, não é mesmo Nelson Padrella, Reynaldo Jardim, Osni Bermudes Filho? E todos aqueles que ora esqueço, os quais, de um modo ou de outro, junto ao D.A., em tempos de vacas magras, deixaram em dia, no mínimo, as prestações das lojas Prosdócimo ou o crédito junto às Livrarias Ghignone, né, Luís? Ô vida! Ô vida bandida!

Agora, alvíssaras!, de modo pioneiro e, com a eficiência que é sua marca, Márcia Toccafondo, que ocupa um dos mais classudos espaços do colunismo social paranaense, o da revista Idéias, inaugura nova forma no gênero – um blog! Sim, um blog, não só de notícias da “high society”, mas também de tudo um pouco que faz a delícia do curioso leitor.

Claro, variações sobre o mesmo tema, com a diferença de que na tela do computador, e com um padrão de qualidade digno de nota. De fotos de colunáveis, daqui e d’além mar, às notas de variedades sobre a cidade, o país, o mundo. Nas últimas postagens, não só David Beckham, o inglês pop-star, desfilando modelito “under-wear” para frisson do mulherio e das hostes intermediárias, como o espetáculo alvi-negro de cores e luzes que movimentou o último domingo curitibano.

Sem falar dos (modernos) chás-de-panela, passando por novidades tecnológicas, objetos do desejo, o “up-to-date” em matéria de adereços femininos e também masculinos. Uma sugestão? Mais gossips, Marcinha, mais gossips! Fofocas e fofocagens, sin perder la ternura jamás, vão botar muita pimenta neste molho que, vos garanto, já está da hora. O endereço?. www.marciatoccafondo.blogspot.com

O Paraná é, faça-se justiça, muito bem servido em matéria de colunismo social: Nemécio Muller, cá em nosso intrépido rotativo, ao Reinaldo Bessa, na Gazeta do Povo, sem esquecer, também lá, da classe de Margarita Sansone e do trabalho de formiguinha “noticiera” de meu chará Wilson de Araújo ou a inteligente efervescência de meu amigo Ruyzinho Barroso.

É, senhores, de colunismo social – e seria diferente? – também vive o homem.