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A cantora Daúde, elegante como um cartão de crédito.
Ontem à noite fui ao Theatro Municipal atraído pela cerimônia de entrega das insígnias da Ordem do Mérito Cultural para vários brasileiros. Alguém colocou meu nome em alguma lista de convidados – e o comunicado chegou durante a semana por email.
De acordo com o roteiro, o cineasta Ruy Guerra seria o porta-voz dos condecorados, em meio a uma homenagem especial a Machado de Assis, pelo centenário de sua morte.
A presença do presidente Lula era o destaque do convite – pessoal e intransferível – emitido pela Presidência da República, razão pela qual se exigia a confirmação prévia do comparecimento. O teatro estava lotado, mas, como numa cena do filme Blow-up, de Antonioni, depois de conseguir um confortável lugar ao sol, na melhor fileira da platéia, me desencantei com a situação e… fui-me embora.
Sim, após uma hora de atraso, quando ainda aguardava-se a presença do presidente Lula e sua comitiva, me evaporei do lugar…
Antes de sair, porém, tive tempo para conversar sobre o meu tédio claustrofóbico com o casal Hugo Carvana e Martha Alencar, meus amigos das antigas; troquei um dedo de prosa com a elegante Daúde e recebi os elogios de Silvio Da-rin bque se derramou em elogios ao álbum 90 anos de cinema, de minha autoria.
Meu último olhar identificou na platéia os atores José de Abreu, Othon Bastos, o polêmico Guilherme Fontes (produtor do eterno Chatô), Antonio Fagundes, o diretor Nelson Pereira dos Santos, Chico Caruso e o maestro Marlos Nobre. Todos esperando o nosso guia. Na rua, com a garoa fina batendo no rosto, atravessei a Cinelândia e fui tomar um chope e comer um galeto – num daqueles restaurantes de balcão – quando, em menos de cinco minutos, descobri que deu vaca na cabeça.
Toninho Vaz, de Santa Teresa.
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