Desenho de Leila Pugnaloni.
Podes partir, meu bem – disse o homem. Eu te liberto. Clamavas por proteção, eis o castelo que te construí. Viciada em amor, dei-te a alma. Querias te ensimesmar, botei Tom Waits para cantar. E quando me parecias infensa ao tempo, chamei O Homem Tic-Tac para te divertir. Querias Curitiba, apresentei-te um desenho da Leila, um haikai da Alice. Desejavas a síntese, desculpei-me, Quem sou eu? – falei do Nepal, de Henry Moore e do Leminski. Agora tens que ir. Até sempre, amor. Até lá, para onde o azul do céu te levar
Abriu a porta da gaiola e, em lágrimas, soprou, Voa, voa.
Almir Feijó.
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