Bandas preparam tributo ao compositor Sérgio Sampaio

Foto sem crédito.

Morto há 15 anos, aos 47 anos, o cantor e compositor capixaba Sérgio Sampaio vive um curioso caso de renascimento circular. No Espírito Santo, no sábado e domingo, garotos de bandas novíssimas (Boca do Mato, Lua e Geo Venttannia), que tocam suas músicas, farão um tributo ao poeta em Barra do Jucu, uma praia a 40 km de Vitória (ES). Alunos de uma escola da região mostrarão documentário que produziram sobre o artista, e admiradores de todos os quadrantes rumarão para o litoral capixaba.

“Vai ser uma reunião de malucos, uma romaria de sampaiófilos”, antevê o documentarista João Moraes, primo de Sérgio Sampaio e organizador das jornadas. Haverá shows também em Vitória, no clube Espírito Jazz, com o grupo Tangos e Outras Delícias, liderado por Juliano Gauche. Em São Paulo, o grupo Cérebro Eletrônico é um dos mais animados discípulos de Sampaio. No Rio, a banda Boato toca seu repertório. Para João Moraes, o culto novíssimo em torno do artista não tem nada de saudosista. É pela internet que jovens de 14, 15, 16 anos estão descobrindo e adotando a poesia de Sérgio Sampaio como referencial.

Sampaio integra uma galeria de “malditos” da MPB, que incluiria Melodia, Itamar, Torquato Neto, Macalé, Mautner, Arrigo. Não à toa, foi parceiro de Raul Seixas em seu primeiro disco, ‘A Sociedade da Grã-Ordem Cavernista Apresenta: Sessão das Dez’ (1971). Ao morrer de pancreatite, em 15 de maio de 1994, o compositor tinha legado ao futuro apenas um hit, a música Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, de 1972, que ganhou o Festival Internacional da Canção ao ser apresentada no Maracanãzinho, naquele ano. Mas a sua obra é vasta, reunida em quatro discos e um póstumo, Cruel, lançado por Zeca Baleiro. Em 1998, artistas como João Bosco, João Nogueira, Eduardo Dusek, Luiz Melodia, Lenine, Zé Ramalho, Chico César e outros gravaram O Balaio do Sampaio, que ajudou a recolocar o nome de Sampaio na ordem do dia.

Roberto Carlos e Sérgio Sampaio são crias da mesma cidade: Cachoeiro de Itapemirim (ES). Em abril, na véspera do show de 50 anos de carreira do ‘Rei’, o culto a Sérgio Sampaio deu as caras na Praça Jerônimo Monteiro, no centro da cidade. Cerca de 200 pessoas se reuniram para ouvir a banda Tangos e Outras Delícias, que toca um repertório inteiramente sampaiófilo.

Agência Estado.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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