Quem é Wilson Bueno? Quantas faces tem a admiração deslumbrada de sua geração? O menino que se reinventa em texto, linguagem, pura poesia. O diabo devasso feito de angústia e desespero, alimento maldito, pão dos eleitos, em seu exercício espiritual, método de libertação interior. Bueno revela este mundo, cria outro. Ambíguo. Inalcançável. Cada leitura é um novo Wilson, no limite extremo entre poesia e prosa, oração, litania, epifania e quando se mostra nu em pêlo em seu Boleros’s Bar já não é ele, é outro Wilson, personagem que o escreve em exorcismo, esconjuro, magia. Regresso à infância, nostalgia do paraíso, do inferno, do limbo.
Fábio Campana, Travessa dos Editores, 2007