Todo dia é dia?

Foto de Iara Teixeira.

trovejem, relampejem
soltem clarões fulminantes
chuva grandiosa
que coloque os pingos nos is
nada de chuvisco despretensioso
chuvinha miúda
que não chove
e não sai de cima
chovam
sambas dos demônios da garoa
lágrimas nos olhos do peixes

que o céu venha abaixo
vapor d’ água da atmosfera
desabando súbito em montparnasse
guarda-chuvas voando em itararé
água selvagem
alegria dos pajés
chovam as chuvas do jorge benjor
molhando páginas em branco
gotejando rimas ricas
nos casebres dos poetas
músicos na tromba d’água
com sua clave de sol

chovam sobre tudo
e que seja grande a enxurrada
se não chover por bem
que chova na porrada!

solda

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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18 respostas a Todo dia é dia?

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