Sexta-feira, 9 de abril, 2010

Foto de Alberto Melo Viana.

Curitiba ensurdeceu ao som do enterro do Ivo.
Eu não fui. Não queria ficar morto, torto,
quase caindo perto do caixão.
Perdi a emoção de ver mas revi na memória
seu riso largo e divertido, ouvi sua voz,
suas músicas, sua alma escrevendo a história
do rock curitibano.
Duvido que alguém, mais que a Suka
que levou uma porrada na nuca
neste insano presente de choradeira
e uma tribo inteira que gostava do Ivo
não esteja sofrendo vendo o Ivo
deixar a carne para artistar no céu.
Subir, cantar, compor, lançar-se ao léu do eterno
com sua mensagem de bom humor.
Nunca vi o Ivo de terno.
Ainda o vejo de tênis, bermuda, camiseta
e cabelo comprido, um piá de 61 anos
que foi embora. Quem viu o Ivo ouviu.
Quem não viu, só ouvindo agora.
Ivo Rodrigues, the Voice a Voz…
Adeus, amigo.

Reinaldo Godinho

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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