Acusação de racismo deu em demissão de cartunista

Recentemente, numa situação completamente diferente e com uma pessoa que nada, mas absolutamente nada tem a ver com tipos como o deputado Bolsonaro, ocorreu uma campanha sórdida que acabou prejudicando o cartunista Solda. Ele foi acusado por Paulo Henrique Amorim de ter desenhado uma charge racista contra o presidente Barack Obama.
A charge traz um macaco dando uma banana para o governo americano. Isso é bem claro na legenda do desenho. Veja ao lado. Mas, talvez por algum problema particular, Amorim olhou o macaco e viu o Obama. Ora, tenha a paciência. Por que o Obama estaria dando uma banana para os Estados Unidos?
Mas Amorim mandou ver e publicou em destaque a acusação. Em razão disso, Solda acabou sendo demitido do site onde publicava e está até agora sendo obrigado a administrar o clima criado com esta acusação sempre absurda, mas ainda pior pelo fato da sua história pessoal e seu trabalho na imprensa ser há mais de três décadas de um teor altamente humanista.
A administração de um conflito artificial criado de maneira irresponsável, como foi feito por Amorim, pode complicar a vida de qualquer um. De imediato cria-se uma rede caluniosa. Começa na área de comentários dos blogs e segue pela internet afora, espalhando-se em blogs dominados por um clima conspiratório que faz de qualquer debate um assunto de sarjeta.
Num caso que atinge uma pessoa admirável como o Solda, é de uma safadeza absurdamente injusta. Seria com qualquer um, é claro. Mas sempre é pior com quem lutou para construir uma história valorosa. Já imaginaram um artista depois de uma longa jornada (não se ofenda, velho Solda), com uma carreira brilhante e sempre na luta pelos direitos civis, alguém tendo que explicar que não é racista? Ora, como diz a moçada, ninguém merece.  José Pires

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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