Arte

Somatório singular. Reunimos poéticas recentes que ativam um novo olhar sobre a arte contemporânea. Aqui, há o confronto com o cotidiano, a vivência da cidade, do bairro, com todo seu burburinho de carros, ruas movimentadas, música alta, rock, shows… Obras que vão da interação da mass media, design, do “comum” e, principalmente, da urgência do hoje, até intersubjetividades de jovens artistas com novos questionamentos diante da arte.

Tais jovens representam como que uma área de descontração e frescor que reverbera em diversas questões da arte – pintura, escultura, objetos, cor e luz – e nos incitam a ver com um novo olhar estes recentes percursos.

Pertencem à nova geração de artistas advindos da pesquisa, com formação e inteirados nas mais diversas experiências, com técnica às quais não faltam o fazer artesanal e o laboratório do ateliê. Tudo convergindo para um pensamento crítico que inclui a técnica e a apropriação tecnológica.

Com isso buscamos estimular novas possibilidades de leitura para o visitante, oferecendo um frescor verdadeiro e uma agressão poética corajosa que privilegia a criatividade pensada e questionada de olhar e refletir sobre a relação com o mundo e a compreensão da experiência estética.

A mostra não apresenta uma temática, mas sim a liberdade de cada poética. Não houve escolha por afinidades, muito pelo contrário – prevalecem os opostos, as diferenças e singularidades, que passeiam pelas diversas formas de expressão, da parede aos artifícios do tridimensional.

Para o novo olhar concorrem as escolhas na transformação da linguagem, a nova conquista do espaço, a liberdade dos grandes formatos da nova pintura urbana, os objetos preciosos, pintura e escultura ‘macias’, trabalhos com malhas de plásticos, crânios, compondo momentos de luminosidade em que a luz/cor vem de experiências tecnológicas e de “metamorfose”… ideias em fluxo reverberante. Os variados materiais, como o papel (em “vazios imaginários”), e pipas (em pinturas que rebatem a cor) e mesmo experiências tridimensionais (de “móveis paisagens” de isopor com tinta industrial), do fazer das alegorias dos carros de carnaval e “em expansões da pintura” ajudam a enriquecer nossos conceitos sobre a arte de hoje. São momentos fugidios, nos quais o tempo é transformação, e estão carregados de memórias de infância e do cotidiano na experimentação de novos suportes em limites fluidos.

Os artistas Alexandre Mazza, Bruno Miguel, Caroline Martinez, Gabriela Maciel, Marcelo Jácome, Maria Lynch e Noé Klabin, todos na faixa de 30 anos, vêm desenvolvendo, nos últimos anos, suas poéticas corajosas, ultrapassando códigos e conceitos da contemporaneidade e, por isso, têm sido reconhecidos pelo circuito institucional, com trabalhos instigantes. Eles criam um mundo sem limites e sem fronteiras flexíveis no fazer, no pensar, no criar. Assim, a mostra é um convite instigante à descontração e ao surpreendente.

Cristina Burlamaqui, abril de 2012

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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