Wilson Bueno

Wilson Bueno (Jaguapitã, 13 de março de 1949 – Curitiba, 31 de maio de 2010) foi escritor, cronista e poeta paranaense. Nasceu em Jaguapitã e ainda criança se mudou para Curitiba, onde descobriu a sua vocação literária. Ao longo de sua vida construiu duas obras: a sua literatura – reconhecida como uma das mais interessantes e importantes entre os escritores brasileiros dos últimos 40 anos, que lhe rendeu 16 livros – e o jornalismo – como editor de O Nicolau e colaborador em vários jornais conceituados do país. Faleceu no dia 30 de maio de 2010, na cidade de Curitiba, onde vivia desde a década de 1970.

No jornalismo, sua atuação marcante foi a de editor de O Nicolau, um jornal literário publicado mensalmente pelo governo do Estado do Paraná. Depois de O Nicolau, Bueno passou a dedicar-se à literatura em tempo integral, e a sua coluna dominical em O Estado do Paraná.

Na literatura, foi apresentado aos leitores brasileiros em 1986, pelo poeta curitibano Paulo Leminski, com a publicação da coletânea de contos Bolero’s Bar. Em 1991, escreveu o Manual da Zoofilia, textos que refletem a mitopoética do amor erótico humano. A obra responsável pela sua projeção e reconhecimento nacional – e internacional – foi a novela Mar paraguayo, publicado em 1992, na qual ele introduz uma narrativa recheada de expressões em português, espanhol e guarani. Foi a publicação que fez o melhor percurso internacional entre as quais Bueno escreveu.

Em 2000 ganhou a Bolsa Vitae de Literatura, a mais expressiva bolsa literária brasileira, com o romance Amar-te a ti nem sei se com carícias, também finalista do Prêmio Zaffari e Bourboun de melhor romance publicado em língua portuguesa no biênio 2003/2004. O mesmo também foi adotado como leitura obrigatória do Vestibular Unificado/2005, da UFMS. Em 2006, o livro Cachorros do céu foi finalista no Prêmio Portugal Telecom de Literatura, um dos mais importantes do setor. A obra Meu Tio Roseno a Cavalo, foi finalista no Prêmio Jabuti de Literatura em 2001.

O Nicolau

O Nicolau surgiu em 1987. a ideia foi do jornalista Aramis Millarch e teve o aval do então secretário de cultura, René Dotti. Os dois concordaram em chamar Wilson Bueno para liderar o projeto. Nos 8 anos de existência, o jornal conseguiu quatro prêmios nacionais e um internacional. Bom conteúdo, custo barato e prestigiado a ponto de ser o melhor jornal de cultura do Brasil, era um jornal que trazia conteúdo inovador, acontecimentos no Brasil e traduzia coisas que acontecia, além de boas entrevistas.

O primeiro prêmio do O Nicolau veio no ano de criação do jornal. A Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) considerou-o melhor tabloide cultural de 1987. Em 1989, Wilson Bueno recebeu da União Brasileira dos Escritores o prêmio de Personalidade Cultural Brasileira. Um prêmio, segundo Bueno, concedido graças ao seu trabalho no O Nicolau. A APCA voltou a premiar o jornal, considerando-o o melhor veículo do gênero na década de 80. O presidente da APCA, Henrique Alves escreveu na ocasião, o artigo: “A Década do Nicolau”. Outro prêmio de Wilson Bueno foi o troféu Parahyba, um dos mais importantes e tradicionais do nordeste. O reconhecimento internacional veio em 1994, com o prêmio IWA, concedido pela International Writers Association,  como melhor jornal cultural do Brasil. O júri que escolheu O Nicolau era composto por intelectuais de diversos países.

O estranho desativamento do jornal em 1994 foi uma grande perda para a cultura paranaense e nacional, pois era formado por uma equipe pequena e possuíam papel e dinheiro para postagem fornecidos pelo governo estadual. O jornal gastava pouco e agradava muitos.

PS: O Nicolau sempre abriu espaço para os cartunistas e artistas gráficos do Paraná.  Assim como muita gente que corre o risco nesta Cruelritiba.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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